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Seminário Internacional da UGT


14/07/2011

13/07/2011
Central lança oficialmente campanha Jogue Limpo: empregos verdes e trabalho decente

Nesta quarta-feira (13), São Paulo recebeu delegações de várias nações que participaram da abertura dos trabalhos do Seminário Internacional da UGT (União Geral dos Trabalhadores). Durante o evento a Central oficializou sua participação na campanha Jogue Limpo, que busca comprometimento do COI (Comitê Olímpico Internacional) e do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) em relação ao fortalecimento dos conceitos de trabalho decente, sustentabilidade ambiental e transparência com gastos públicos.

Na mesa de abertura estiveram presentes Ricardo Patah, presidente nacional da UGT, Carlos Lupi, ministro do trabalho e emprego, Victor Báez Mosquera, secretário geral CSA (Confederação Sindical das Américas), Mohamed Louafa, embaixador do Reino do Marrocos, Agemar Sanctos, embaixador e diretor de relações institucionais do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Arnaldo de Souza Benedetti e Otton da Costa Mata Roma, respectivamente, secretário de relações internacionais e secretário de integração para as Américas da UGT.

Em seu discurso de abertura, Ricardo Patah ressaltou o crescimento que a UGT vivencia desde sua fundação, em 2007, alcançando a marca de 1000 sindicatos afiliados e como essa representatividade é importante para o sucesso da campanha Jogue Limpo. A UGT hoje representa mais de 7 milhões de trabalhadores isso é fundamental para que possamos, por meio da Campanha Jogue Limpo, nos comprometer com a luta pela bandeira ugetista de trabalho decente e combate ao trabalho infantil, principalmente nesse período de mega eventos esportivos no país. Nesse seminário, estão sendo discutidas questões que vão além dos eventos Copa do Mundo e Olimpíadas, estamos questionando as condições laborais de quem trabalha nas cidades sedes, falando de fiscalizar o dinheiro público gasto, de sustentabilidade ambiental e inclusão social", explica o presidente.

O ministro Carlos Lupi enfatizou a iniciativa da UGT em fazer de seu Congresso Nacional não só um acontecimento interno, mas sim, aproveitar as diversas delegações do mundo para discutir temas que estão na pauta atual brasileira que é a geração de emprego durante esses eventos esportivos, a forma com que esses empregos serão formados e como serão mantidos após seu termino. "Esse é um fato inédito, pois fico contente que a UGT está fazendo desse congresso não só um evento de discussões interna, hoje estamos vendo uma central sindical usando seu congresso para mostrar ao mundo com o que o Brasil esta preocupado em relação às questões trabalhistas, ambientais e financeiras ligadas a grandes eventos esportivos", explica Lupi, que conclui: "É preciso coragem para discutir esses temas, é preciso coragem de dizer que o Brasil esta gerando emprego, mas é preciso continuar gerando emprego com distribuição de renda. Para isso o trabalhador precisa se unir para lutar a cada dia por aumento real. E quando se é feito um evento como esse Seminário estamos ratificando o quanto é preciso avançar em políticas sociais no país para que não vejamos mais crianças abandonadas ou sendo obrigadas a trabalhar, idosos jogados a própria sorte e trabalhadores tendo seus direitos feridos".

A Campanha Jogue Limpo é um movimento mundial onde participam a CSI (Confederação Sindical Internacional), FITTVC (Federação Internacional dos Trabalhadores das Indústrias Têxteis, Vestuário e Couro), Federação Internacional dos Trabalhadores da Construção e Madeira e campanha Roupa Limpa, uma iniciativa de Ongs e sindicatos internacionais que lutam por melhorias de condições laborais para esse setor.

O Congresso
Com o plenário lotado, os trabalhos iniciaram com a palestra ministrada por Maurício Rombaldi, da ICM (Internacional de Trabalhadores da Construção e Madeira), que salientou o quanto é importante se discutir, além de tudo, a segurança e a forma com que os trabalhadores das sedes da Copa do Mundo no Brasil estão sendo tratados, tanto que já houve greve na construção dos estádios em dois estados.

Durante sua palestra, o embaixador Agemar Sanctos apresentou o vídeo que foi mostrado quando o Rio de Janeiro ainda era candidata a realização das olimpíadas em 2016 e fez um balanço das melhorias que a cidade maravilhosa receberá após a realização do evento, como: melhoria no sistema de transportes, infra-instrutora habitacional e fortalecimento da cultura esportiva para o país.

Em contra partida, o jornalista Juca Kfouri abordou os problemas que o Brasil já enfrentou com a realização dos jogos pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro, como: o superfaturamento e a construção de estruturas que após o termino do evento não tiveram a serventia desejada pela organização. "O que me deixa perplexo é como a sociedade brasileira esta assistindo tudo que esta sendo feito em torno da Copa do Mundo e das Olimpíadas sem se manifestar, ou seja, estão comendo o "prato feito", mas não pode ser assim. Quem foi ouvido sobre a escolha das cidades que vão ser sede dos jogos? Quem foi ouvido para se eliminar o Morumbi e construir um novo estádio em São Paulo? Está sendo gerado emprego em que condições? Quantas pessoas estão sendo desalojadas e de que maneira? Houve planejamento? Então precisamos olhar para esses eventos de maneira global e não corporativa. É preciso fiscalizar e denunciar", explica.

O Brasil como modelo para o sindicalismo europeu
O internacionalismo sindical também foi temática levantada a partir da crise financeira europeia, durante o Seminário Internacional. O que o sindicalismo tem feito para buscar soluções para sair desse cenário foi o assunto abordado entre todos os representantes da mesa (UGT-Portugal, UGT-Espanha, UGT-Marrocos, Hak-Is - Turquia, CSC-Bélgica), que veem no Brasil um modelo e esperança para uma solução para a classe trabalhadora da Europa. Acreditando na força da estrutura sindical brasileira, a UGT de Portugal sugeriu uma cimeira com a UGT do Brasil, e aponta a fragilidade do cenário sindical europeu.
Entre as análises a crise financeira é um dos pontos, mas é preciso atentar para o modelo de crescimento: há uma correlação entre o cenário de crise no sistema financeiro, uma crise ambiental e a diminuição dos orçamentos para a proteção social. Cada modelo deve ser revisto para que se chegue a uma sociedade socialmente mais justa, daí a necessidade da solidariedade do sindicalismo estrangeiro, a importância na cooperação para as relações e a formação de trabalhadores. A UGT defende a união da classe trabalhadora e o sindicalismo internacional tem buscado esta união entre as centrais sindicais, para que assim, possam ter uma voz mais ativa.
Globalização do movimento sindical

Com o mundo cada vez mais globalizado é fundamental para a luta dos trabalhadores que as diversas categorias estejam cada vez mais atentas com o que acontece em todas as nações, desta forma o movimento sindical poderá fortalecer seu diálogo com os trabalhadores de seus países.

O Seminário Internacional da UGT serviu de parâmetro para discussões de fundamental importância para povos de todo o mundo e a partir desse evento está sendo consolidada uma união entre entidades de representação da classe trabalhadora em todo o mundo para lutar, efetivamente, contra a exploração dos excluídos, pelo fim da fome, da miséria, pela melhor distribuição de renda e ampliação dos direitos para os trabalhadores.

Por Fábio Ramalho e Mariana Veltri - Redação UGT"


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