29/06/2011
29/06/2011
Ao som de uma grande valsa ao ar livre teve início a 15ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), neste domingo, 26 de junho. Este ano, o evento embalado pelo reconhecimento no Supremo Tribunal Federal (STF) da união homoafetiva reuniu cerca de 4 milhões de pessoas, entre elas noivas e noivos procurando suas parcerias para concretizar o tão sonhado casamento gay. Da Av. Paulista até a Consolação, com a temática Amai-vos Uns aos Outros: Basta de Homofobia", nem a chuva espantou a festa, que tem na luta pela Igualdade, a sua grande causa. E a União Geral dos Trabalhadores junto ao Sindicato dos Comerciários de São Paulo, em apoio a esta conquista, marcou presença com seu trio elétrico.
Anjos do arco-íris, ervas venenosas, santos e demônios também fizeram da mais paulistana das avenidas, palco de um grande baile dançante e eletrônico. E lado a lado da alegria, vem a ação de grande seriedade, que é preparar o País em torno da causa LGBT: aceitação, orientação e conquistas por direitos iguais.
Cleonice Caetano Souza, a Cleo, da Secretaria da Diversidade dos Comerciários de São Paulo e da Secretaria da Segurança e Saúde no Trabalho da UGT, representou a classe sindical na luta dessa bandeira tanto na feirinha que antecedeu a Parada, quando o Sindicom e a UGT estiveram presentes, no dia 23 de junho no Largo do Anhangabaú, quanto no evento em si. Durante a feirinha A UGT montou duas tendas e com o apoio de organizações que trabalham em pró do LGBT e pessoas ligadas à saúde, passavam informações e orientações na prevenção nas relações sexuais ao público presente.
"Tanto a UGT quanto os Comerciários empregam o público LGBT e como comércio e serviços também estão ligados a este grupo, uma vez que são pessoas ligadas à economia do país, tanto como empregados como consumidores, o movimento sindical precisa atuar nesta luta como orientador", informa Cleo sobre a importância da atuação de representantes dos trabalhadores no setor, lembrando que o presidente nacional da central e dos Comerciários, Ricardo Patah, está sempre ao lado dela apoiando esta luta.
O comércio de vendas assim como o setor hoteleiro são focos de rendas do público gay. Sejam eles solteiros ou casais sem filhos, de alguma forma acabam se sobressaindo mais na economia, com melhores condições financeiras, contribuem para o crescimento do comércio. Porém o setor necessita de melhor preparo para receber esta população. A formação e a preparação de funcionários das empresas de comércio é muito importante para melhorar o atendimento a este segmento da sociedade. "Ao participar da Parada, a ideia da UGT é dar visibilidade a esta população e mostrar que existe central e sindicatos preocupados e voltados para ela. É uma orientação sexual deles e que a gente tem que respeitar da mesma forma. A partir de agora vamos ajudar as empresas que têm interesse nesse público com relação ao setor comercial e criar grupos para formar profissionais de RH. Vamos orientar a rede empregadora no momento das entrevistas de contratação", informa a secretária sobre as próximas ações da entidade.
Projetos em andamento, resta agora a aprovação pelo Congresso Nacional. Cleo se diz otimista: "Foi superada a expectativa de pessoas na Parada e milhares delas também circularam na feirinha do Anhangabaú, o que mostra que mais pessoas estão empenhadas para a aprovação do Projeto de Lei para união estável. Porém, essa lei deve ser melhor discutida, para que seja melhor colocada", ressalta. E finaliza: "Temos que estar presentes em todos os espaços e nas lutas contra a discriminação. Só assim vamos mostrar que temos uma bandeira cidadã ética e inovadora. Precisamos discutir com a empresa e o governo para mostrar que somos uma central renovadora".
Mariana Veltri, da redação da UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores