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Após 123 anos, Lei Áurea não extinguiu reflexos da escravidão como desigualdade salarial e de oportunidades


13/05/2011

13/05/2011
No dia 13 de maio de 1888, pouco antes das 13 horas, o Senado Imperial votava e aprovava a Lei Áurea. Sancionada duas horas depois pela Princesa Regente, Dona Isabel, a lei extinguiu a escravidão no Brasil, dando fim a um regime que durava mais de 350 anos.
As mudanças de lá até os tempos de hoje são enormes, afinal, passaram 123 anos. Mas de acordo com Dojival Vieira, assessor da secretaria de assuntos da diversidade humana da União Geral dos Trabalhadores (UGT), os negros ainda carregam muitos resquícios da época da escravidão. Um bom exemplo é que todos os indicadores socioeconômicos do Brasil mostram que os negros ganham, em média, metade do salário dos brancos", afirmou.
Dojival explicou que o Brasil não só aboliu a escravidão, como abandonou os negros. Logo após a instituição da Lei áurea, o Estado se apoiou em 3 pilares que foram determinantes para a desigualdade racial que presenciamos atualmente. "Primeiro, o Estado queimou todos os arquivos referentes à escravidão. Depois, apoiou a vinda para o Brasil de cerca de 4 milhões de italianos e alemães, a quem foram dadas as terras do sul como parte da política de branqueamento da população. Por último, o Estado divulgou o mito da democracia racial, afirmando que a escravidão não foi tão ruim", explicou.
De acordo com Dojival, essas 3 medidas refletem até hoje na desigualdade de salários e de oportunidades. "Durante 350 anos a população negra foi proibida de estudar. Ou seja, os negros largaram muito atrás na corrida por oportunidades. Se não bastasse, o negro é suspeito padrão da sociedade, sendo frequentemente vítima de preconceito e maus tratos", falou.
Para reverter pelo menos em parte essa situação, o dirigente sindical faz um apelo à igreja católica, que no ano 2000 divulgou um documento de 90 páginas pedindo perdão por uma série de pecados cometidos ao longo de sua história. "O documento mencionou erros históricos cometidos pela igreja e pediu perdão por eles, mas esqueceu de citar os negros. A igreja deve assumir sua culpa, pois apoiou a escravidão durante toda sua existência. Isso traria grande reflexão sobre a desigualdade racial, pois a grande maioria dos brasileiros são católicos", disse."


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