11/05/2011
11/05/2011
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) junto a outras centrais sindicais se reuniu nesta terça-feira, 10 de maio, com o governador do Pará, Simão Jatene, no Palácio dos Despachos, em Belém. O encontro teve como objetivo planejar políticas de qualificação do trabalhador e também para o trabalho decente no Estado, onde, a cada ano, são gerados cerca de 50 mil empregos.
O Estado é o que cria mais vagas entre as unidades da região Norte. De todos estes postos de trabalho, aproximadamente oito mil não são preenchidos por falta de mão de obra capacitada, aponta o Departamento Intersindical de Estudo Socioeconômicos (Dieese-PA). A solução em curto prazo encontrada pelo governo foi firmar um acordo com a UGT, a Força Sindical, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Nova Central e a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) para a instituição de um Grupo de Trabalho (GT). Entre as propostas de mais urgência é a qualificação e requalificação profissional para o Estado do Pará. Hoje está vindo em torno de R$ 150 bilhões em investimentos", salienta José Francisco Pereira, presidente da UGT Estadual do Pará (UGT-PA).
A finalidade desta nova equipe, que será sacramentada por meio de portaria no Diário Oficial do Estado, será fazer um levantamento de quais e quantas vagas estão disponíveis no mercado paraense e ainda quantas vagas deverão ser demandadas em função das grandes obras que serão lançadas e executadas no Estado. Diante dos dados, será produzido um estudo para avaliar os custos e possíveis abrangências de cursos de capacitação oferecidos ao povo paraense por iniciativa do governo do Pará.
A Secretaria Estadual de Trabalho, Emprego e Renda (Seter) e o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental (Idesp) devem participar do GT. Os sindicalistas se comprometeram a entregar a relação de nomes para integrar o grupo até a próxima sexta-feira, 13 de maio.
Algumas profissões voltadas para a extração mineral, metalurgia, que se expandem para a área civil, comércio e indústria não encontram trabalhadores qualificados no Pará, tendo que chamar gente de outros estados para desenvolver a mão-de-obra. "Está sendo implementada uma metalúrgica grande (a da Vale do Rio Doce, de Marabá) e junto tem gerado um aumento de vagas para os trabalhadores e precisamos deste tipo de qualificação para os novos empregos", informou José Francisco Pereira.
O presidente da UGT-PA destaca também a questão do trabalho decente. José Francisco, que também é secretário nacional dos Direitos Humanos da UGT, disse que no Estado há uma discussão grande em torno deste ponto, e a UGT é quem mais chama atenção para o assunto, através da sua secretaria.Entre os nomes que serão entregues ao governador para participar do
GT, representando a UGT estará José Francisco pela política por um trabalho mais decente e Gilvan dos Santos, secretário de Assuntos Institucionais da central, que irá integrar a equipe para qualificação e requalificação dos trabalhadores do Pará.
Nesta quinta-feira as centrais sindicais vão se reunir no Sindicato dos Urbanitários do Pará, para listar os nomes que serão entregues ao governador. Já na segunda-feira deve sair a nomeação oficial.
Documento
Das mãos do mediador do encontro, o supervisor técnico do Dieese-PA, Roberto Sena, o governador recebeu um documento com sugestões dos sindicatos para aperfeiçoar o sistema de capacitação do trabalhador. Uma das propostas é a criação do Fundo de Qualificação do Trabalhador, que seriam recursos públicos junto aos da sociedade organizada para o financiamento de cursos de capacitação. "Com a ajuda do Dieese, será feito um levantamento das áreas onde têm projetos sendo desenvolvidos, para ver onde está a necessidade de qualificação. Será feito um estudo para a área de metalurgia e exploração mineral, para que em 30 dias, tudo o que foi traçado seja entregue ao governo", observou Pereira.
O governador Simão Jatene, que tomou nota de diversas problemáticas apresentadas pelos trabalhadores, destacou que a formação profissional é algo urgente para a população. "O ponto de partida para um programa de capacitação ao trabalhador é se perguntar como fazer isso. Isto nós discutimos na reunião. Agora é priorizar as ações concretas para que este projeto se torne realidade", declarou. "A instituição do GT é uma das medidas práticas que poderão culminar na criação do Fundo e de outros programas", encerrou a autoridade máxima estadual.
O supervisor técnico do Dieese, ao qual estão ligadas mais de 20 representações e concentra 90% dos trabalhadores associados a algum sindicato local, comentou que o encontro com o governador ficou acima da expectativa. "Acreditamos que a instalação do GT possa trazer resultados positivos para a criação de uma política de capacitação ao trabalhador. Viemos trazer o documento e manifestar a vontade de continuar e também fortalecer o diálogo com o governo", afirmou.
Fontes: Luciana Gouveia - Secom e Mariana Veltri - UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores