30/03/2011
30/03/2011
A União Geral dos Trabalhadores realizou nesta terça-feira (29), em São Paulo, o Seminário internacional sobre a trajetória dos 20 anos do Mercosul", que aconteceu no Hotel Excelsior. O evento contou com a participação de diversos dirigentes da UGT, além do embaixador Bruno Bath, diretor do departamento de Mercosul do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Dora Beruti, da CGT Argentina, Ramón Ermácora, do Instituto de Capacitação do Sul, Adolfo Aguirre, da CCSCS, e Victor Báez e Rafael Freire Neto, ambos da CSA.
O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, abriu o seminário lembrando que vivenciou de perto a criação do Mercosul e que os trabalhadores sempre sonharam em criar uma rede de atividades comum aos países da América do Sul. Hoje essa rede existe, mas trouxe consigo diversos entraves que precisam ser debatidos, como leis para trabalhadores imigrantes. "Nós temos de instrumentalizar a proteção desses trabalhadores", disse Patah.
Otton Mata Roma, secretário internacional de integração para as Américas da UGT, disse que a central tem desenvolvido um trabalho decisivo na América do Sul. "A UGT está no coração das discussões do Mercosul e hoje os trabalhadores são ouvidos em todas as discussões do bloco. Já é possível, pelo menos, sonhar com uma previdência unificada ou uma moeda única dos países do Mercosul", afirmou. O embaixador Bruno Bath confirmou isso, afirmando que a sociedade civil tem cada vez mais espaço dentro do bloco.
Essa participação e crescimento das ações espalhadas pelo continente sul americano ganhou força a partir do momento em que o Mercosul adotou uma visão democrática sobre seu papel com a classe trabalhadora e com os países participantes do bloco. Para exemplificar, Cícero Pereira da Silva, secretário adjunto de integração para as Américas da UGT, falou sobre o Focem, um fundo de US$100 milhões. "Todos os países do Mercosul colaboram com o fundo, mas quem tem mais recursos, como o Brasil e a Argentina, paga mais", disse.
Atualmente, o fundo tem sido usado, principalmente, para obras de infra estrutura no Paraguai. "Por enquanto, apenas o Paraguai usou o dinheiro. Lá, apenas 6% das estradas do país são pavimentadas e essa é uma forma de o Mercosul contribuir para o desenvolvimento daquela nação", completou Cícero.
O cenário é positivo, mas o seminário não deixou de levantar diversas questões importantes que ainda precisam ser melhoradas. Valdir Vicente, coordenador do foro consultivo econômico social do Mercosul e secretário de políticas públicas da UGT, resumiu bem essa questão. "Nós temos que repensar o papel da sociedade no bloco e incluir sempre temas sociais nas discussões do bloco", disse.
Estiveram presentes os vice presidentes da UGT Antonio Carlos Salim, Laerte Teixeira e Lourenço Ferreira Prado, o secretário das finanças José Moacyr Pereira, o secretário de relações internacionais Arnaldo Benedetti, a secretária adjunta de políticas públicas Josineide Camargo, a secretária adjunta de integração para as Américas Mônica da Costa Mata Roma e a secretária adjunta de relações internacionais Cássia Buffeli.
Maurício Gomide / Redação UGT"
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