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UGT Rio e as muitas mulheres que fazem


29/03/2011

29/03/2011
Mulher que faz. Este foi o tema que a União Geral dos Trabalhadores do Rio utilizou para homenagear as mulheres sindicalistas, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, no dia 25 de março. Em evento que destacou as trabalhadoras das categorias filiadas, a UGT Rio valorizou o trabalho destas ativistas que passaram por cima de machismo, resistência, enfrentaram ambientes inadequados de trabalho e colocaram sua marca em ações. Trabalhadoras, com filhos para cuidar e determinadas, conquistaram respeito e valor por parte dos colegas de trabalho.
Cada categoria tem uma trabalhadora, cuja história merece destaque. Das mulheres aqui citadas, fica um registro de muitas delas. Uma pessoa cativante, que se destaca pela produtividade e, mesmo aposentada, continua na ativa. Assim se pode descrever Ivonete da Silva, a homenageada pelo Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Rio de Janeiro.
Bastante prestativa, sempre está dando uma força em coletivas e nos eventos do sindicato. Está em tudo, faça chuva faça sol, ela está sempre presente, defendendo os trabalhadores. Todos gostam dela e paparicam bastante", diz Fábia Vilarinho, secretária da presidência do sindicato.
"Há 10 anos estou na frente do Asseio. Já fiz parte do trabalho de Asseio em diversas empresas como Maracanã e IBGE, e o que mais sentia dificuldade eram segurança no trabalho e local onde prestávamos serviços, o que gera uma insegurança", relata Ivonete da Silva.
Nem todo lugar tem local adequado para a refeição, por exemplo. E por viver de perto as dificuldades, participa de tudo quanto é movimento das mulheres e em defesa do trabalhador. A sindicalista ainda sente uma resistência por parte dos trabalhadores em se juntar ao sindicato e hoje ela luta pela sindicalização.
O transporte quatro rodas também tem sua alma feminina. É o caso de Leila Araújo, hoje quarta suplente da diretoria da UGT Rio, que chegou a ser motorista de ônibus e foi alvo de comentários grotescos enquanto exercia sua profissão. Chavões como "vai para o tanque" eram corriqueiros há 17 anos, mas ela com toda elegância mandava o recado: "Não se preocupe, já comprei uma Brastemp para o homem que deixei em casa".
"Hoje não há tanta discriminação e as próprias pesquisas mostram que as mulheres são mais cautelosas", diz Leila Araújo, que lembra nunca ter levado uma multa de trânsito. O sindicato do qual faz parte, o dos Rodoviários do Rio de Janeiro, homenageou a cobradora Vilma Nascimento, uma das primeiras mulheres diretoras da entidade.
"Vilma abriu o departamento feminino no sindicato. Eu mesma me tornei motoristas com a ajuda dela, que é sindicalizada há 20 anos", lembra. Negra, com quatro filhos para criar, Vilma continua atuante, lutando por melhor salário e aposentadoria, e toda a diretoria tem um carinho enorme por ela, conta a colega.
Entre problemas a solucionar é que, por ser uma categoria que movimenta o país através de rodas, ainda não é regulamentada. E destaca que a UGT tem comprado essa luta. Outro ponto a ser levado em consideração é uma melhor estrutura aos rodoviários, que muitas vezes precisam disputar um banheiro com os bêbados que se encontram caídos
no ponto final do trajeto.
Ana Maria Braga é uma psicóloga que se tornou sindicalista do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Rio (antiga Leopoldina). "Ela conhecia muito os problemas dos ferroviários e defendia os assuntos junto às administrações e sua atuação é ótima", informa Álvaro Sanches, secretário geral da UGT Rio.
"A empresa é essencialmente masculina e temos de ter muita habilidade para conquistar os espaços. E consegui a área de psicologia junto aos trabalhadores", diz Ana Maria Braga, que atua em ações para melhorar aposentadoria, realiza ciclos de palestras em relação a doenças relacionadas ao universo masculino.

Mariana Veltri, da redação da UGT"


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