22/03/2011
22/03/2011
A União Geral dos Trabalhadores - UGT, de Goiás, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, realizou um ato político na Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal (APCEF), reunindo cerca de 500 pessoas, entre sindicalistas filiados e representantes da sociedade civil. O objetivo do encontro foi mostrar a importância da data, que há 100 anos simboliza a luta pela valorização da mulher, alertar sobre a necessidade de denunciar o agressor e aproveitar o ato para doar alimentos ao Instituto Cervantes, abrigo de mulheres violentadas.
Atingimos nosso objetivo. A UGT mostrou a cara e disse a que veio.Vamos continuar lutando para inserir a mulher no contexto globalizado", diz Jacira Carvalho da Silva, da secretaria da mulher da UGT-GO.
A convidada especial Dra. Karla Fernandes Guimarães, delegada de polícia civil da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Goiânia, falou sobre a violência contra as mulheres. "A delegacia apura todos os crimes que envolvem a mulher, desde os crimes sexuais, de violência doméstica, como os de abusos de gênero", explica Dra.Karla Guimarães.
A delegada esclareceu que muitas vezes os próprios filhos são os agressores, em sua maioria dependentes químicos, e muitas vezes a mãe não quer fazer o procedimento criminal, dificultando a ação do juiz. "As mães não querem ver seus filhos presos e os crimes dependem da manifestação da vitima", salienta. Além de ser necessário registrar um boletim de ocorrência, é importante a vítima apresentar uma testemunha.
Em 2010 foram registradas 5.500 ocorrências em delegacias da mulher de Goiânia e cerca de 1.450 o número de inquéritos e prisões em flagrante. Entre as maiores queixas estão a invasão de domicílio, ameaça de morte e de violência. A quantidade de mulheres que procuram uma delegacia vem aumentando. "A espera era de 12 anos para fazer um registro. Hoje, na primeira discussão, a mulher já começa a registrar", informa Dra Karla.
Outro motivo pelo qual as mulheres não registram suas queixas é o medo de colocar o fim em uma relação afetiva e por serem crimes de ameaça, que não deixam vestígios, a pessoa demora para fazer o procedimento e há uma tendência a conviver com isso e a reconciliar. Mas a delegada desmistifica o ato orientando que a polícia civil não tem o papel de dizer se a pessoa deve ou não continuar o casamento. "A Lei Maria da Penha mostra que o casal pode resolver as diferenças e até viver em harmonia", argumenta. Ou não, aí a pessoa vai saber que é hora de sair de uma relação. Se a vitima não tiver um acompanhamento, tende a reproduzir os atos que vivenciou.
Mariana Veltri, da redação da UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores