21/02/2011
Paulo Paim e Luiz Inácio Lula da Silva. Dois nomes de peso no cenário político atual que exemplificam bem a força do movimento sindical na sociedade. Na vanguarda do progresso social e das conquistas trabalhistas, o sindicalismo já é visto com bons olhos não só por partidos de esquerda, mas legendas consideradas de centro ou direita buscam também uma aproximação.
Na busca de interlocução com as entidades trabalhistas, Aécio neves reuniu-se na semana passada com representantes das centrais sindicais. Conforme noticiado pela Folha de São Paulo, o PSDB quer ampliar sua base social e de quebra romper o monopólio do PT junto às entidades.
Para o presidente da FESEMPRE, secretário nacional do servidor público pela UGT (União Geral dos Trabalhadores), a proximidade entre partidos mais à esquerda e o sindicalismo é apenas aparente. Isso de esquerda ou direita é coisa do passado. O bom sindicalista deve, para ser responsável, avaliar todas as possibilidades oferecidas no intuito de obter conquistas para o trabalhador, independente de partido político", ressalta Aldo Liberato, defendendo o pragmatismo para o sindicalista.
Líder sindical que sempre defendeu o apartidarismo das entidades, para comprovar sua posição, ele lembra que "em Minas Gerais, a UGT e a Força Sindical apoiaram a eleição do governador Anastasia porque avaliaram que ele tinha a melhor proposta para o Estado, de um modo geral. A união em torno do governo anterior se deveu mais ao crédito do Lula, enquanto pessoa, do que ao partido que integra".
Insatisfação com o novo mínimo pode gerar cisão
Se anteriormente havia uma unidade sindical em torno do Governo Federal, agora, há possibilidade de mudanças. Lula foi comparado, na matéria da Folha de São Paulo, com Getúlio Vargas, líder carismático que congregou o sindicalismo a sua volta na primeira metade do século XX.
"O movimento sindical está atento e não vai cometer os mesmos erros do passado, incorrendo em peleguismo. Na Era Vargas o sindicato era atrelado ao Estado, controlado, vigiado. Hoje, não há manipulação por força ou coação. As entidades têm sua independência garantida constitucionalmente, há autonomia sindical", define.
Poder de articulação
O interesse de Aécio Neves em se aproximar do sindicalismo é evidente se considerarmos seu possível interesse em tornar-se presidente em 2014. "Muitos sindicatos congregam um expressivo número de filiados, têm crédito com sua base, exercendo influência sobre ampla parcela do eleitorado", avalia Aldo."
UGT - União Geral dos Trabalhadores