10/01/2011
10/01/2011
As condições de trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar do estado de São Paulo são precárias, como apontam dados da Secretaria de Estado da Saúde. Em um dia de trabalho, os cortadores chegam a carregar em média 12 toneladas de cana, andam aproximadamente 9 quilômetros e perdem até 8 litros de água com o suor. O levantamento foi feito a partir de inspeções da Vigilância Sanitária Estadual.
A pesquisa mostra também que os empregados não têm local adequado para comer e costumam carregar consigo as marmitas, que podem fermentar ou azedar por causa do sol. Além disso, o estudo constatou que, apesar de a cana-de-açúcar ser uma indústria altamente lucrativa, as condições de trabalho oferecidas são ruins e colocam em risco a saúde dos trabalhadores.
De acordo com o secretário de direitos humanos da UGT, José Francisco de Jesus Pantoja Pereira, é possível classificar isso como trabalho escravo. Para ele, é inadmissível que trabalhadores sejam submetidos a condições degradantes, como falta de água potável, por exemplo. O Ministério Público tem feito a chamada justiça itinerante, saindo da capital para atender denúncias em locais onde há mais carência. Mas isso não funciona. É preciso uma política de prevenção. Esse deve ser o papel do Estado. Enquanto não houver fiscalização, programas preventivos e punição, esse tipo de situação vai continuar", afirmou.
Maurício Gomide / Redação UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores