29/12/2010
No Brasil existem 7 milhões de pessoas na faixa etária de 65 a 74 anos que necessitam de tratamento dentário, segundo aponta pesquisa do Ministério da Saúde. O tratamento, no caso incluí aplicação de próteses dentárias. Só que a produção anual do equipamento, atualmente, não ultrapassa 500.000. Com isso, segundo o próprio ministério, seriam precisos 14 anos para atender a demanda.
Os dados integram a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, levantamento feito com 38.000 pessoas residentes nas 26 capitais e no Distrito Federal. O trabalho, o primeiro que permite fazer comparação histórica, mostra que a saúde bucal do brasileiro melhorou, mas há ainda o que ser feito. Precisamos repensar estratégias para atender a demanda em um prazo mais curto", afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
O lado bom dessa pesquisa mostra que o Brasil passou a integrar o grupo de países com baixa prevalência de cárie. O indicador, batizado de CPO (sigla para dentes cariados, perdidos e obturados), que em 2003 era de 2,8, caiu em 2010 para 2,1. Para ser considerado de baixa prevalência, o país precisa apresentar um indicador menor que 2,6.
Na América Latina, o Chile apresenta um indicador melhor que o Brasil: 1,9. No entanto, Argentina tem desempenho pior: 3,4. "Europa tem um índice médio de 1,6. Países escandinavos, menos de 0,8", afirmou o coordenador da pesquisa, Angelo Giuseppe Roncalli da Costa. A comparação é feita sempre na faixa etária de 12 anos.
O coordenador explica que a queda apresentada pelo Brasil no período foi bastante significativa. "A tendência é de que o CPO continue a cair, mas agora numa velocidade mais lenta", disse.
O trabalho mostra que o número de crianças de até 12 anos que nunca tiveram cárie da vida cresceu de 31% para 44%. "Isso significa que 1,4 milhão de crianças não têm nenhum dente cariado atualmente, 30% a mais do que em 2003", disse o coordenador do Programa de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Puçá.
Na população com idade entre 35 a 44 anos, o índice de CPO está muito acima do que seria considerado adequado. Nessa faixa etária, o CPO caiu 19%, passando de 20,1 para 16,3.
Arlindo Ribeiro/ Imprensa UGT
Fontes: Ministério da Saúde/Agência Estado
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