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As empresas têm um papel relevante nos esforços da sociedade para a erradicação do trabalho infantil. E para isso é preciso o engajamento de fornecedores, o estímulo a projetos sociais de educação e inclusão na infância e o alinhamento às políticas públicas relacionadas ao tema. Em síntese essa foi a decisão tirada dos participantes do III Encontro Internacional contra o Trabalho Infantil, realizado nos dias 3 e 4 deste mês, em Bogotá, Colômbia.. Nosso compromisso é colaborar com o que for necessário para que esse conhecimento, que foi produzido e potencializado pela rede, seja transferido para o mundo real e social, para que possa mudar a vida das crianças", diz Oscar Battistón, diretor de Programas Sociais para a Infância, da Fundação Telefônica, promotora do evento.

A UGT (União Geral dos Trabalhadores), segundo seu presidente nacional Ricardo Patah, apóia integralmente essas medidas, "até porque a situação no Brasil tem se agravado, principalmente naqueles locais mais distantes dos grandes centros urbanos onde a fiscalização, por parte do Estado, é ineficiente", diz Patah. A Carta de Princípios da UGT, segundo seu presidente, determina uma luta implacável pela erradicação do trabalho escravo ou análogo e da exploração do trabalho infantil, "práticas que consideramos desumanas, mormente operadas na clandestinidade e marcadas pelo autoritarismo, corrupção, segregação social, racismo, clientelismo e desrespeito total aos direitos humanos", salienta Ricardo Patah.

O encerramento do III Encontro Internacional contra o Trabalho Infantil não representou o final das atividades de mobilização em prol da erradicação da prática. A partir do interesse demonstrado pelos próprios participantes, as instituições envolvidas estão trabalhando na construção de uma rede internacional de combate ao trabalho infantil, e todos os inscritos serão convidados a se cadastrar, participar e interagir. "Esse espaço que construímos não terminou agora, com a etapa presencial do Encontro, mas sim se expandiu. Abriu-se para uma realidade nova, que vamos seguir construindo em conjunto. Com ela aprenderemos e cresceremos, como pessoas e como cidadãos", apontou Oscar Battistón.

A direção nacional da UGT tem recomendado a todos os seus presidentes estaduais para que fiquem atentos no combate a esse crime que, no Brasil, já deveria ser tipificado como inafiançável. É preciso, segundo o presidente Ricardo Patah, que em todos os estados brasileiros as UGTs estejam em sintonia com o Conselho Tutelar da Infância e Juventude no sentido de apontar qualquer tipo de irregularidade que porventura envolva a exploração do trabalho infantil. Além dessa medida, Patah lembra da necessidade de também encaminhar denúncia para o Ministério do Trabalho. "No campo dos direitos humanos, a UGT defende a universalidade, a indivisibilidade, a interdependência e a inter-relação de todos os direitos humanos e a exploração infantil fere totalmente esses princípios", conclui Ricardo Patah.

Arlindo Ribeiro/Imprensa UGT

Fonte: Fundação Telefônica"