05/10/2010
05/10/2010
A falta de acordo salarial entre os Sindicatos dos comerciários do estado de São Paulo e o setor patronal, pode afetar o funcionamento do comércio no feriado do Dia da Criança, 12 de outubro, informou o Sindicato dos Comerciários de São Paulo (filiado ao Sentracos e também UGT).
Para que os comerciários trabalhem durante os feriados e aos domingos, o artigo 6º da lei federal 10.101, de 2000, exige que o trabalho seja autorizado e regulamentado em convenções coletivas da categoria", explica Ricardo Patah, presidente do Sindicato. "Como a convenção coletiva venceu no dia 31 de agosto e não foi renovada até agora, os funcionários estão impedidos de trabalhar".
Se patrões e empregados não chegarem a um acordo e assinarem a renovação da convenção coletiva em reunião marcada para terça-feira (dia 5), na sede da Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo (braço do Ministério do Trabalho no Estado), o comércio da cidade corre o risco de não poder abrir as portas, disse Patah. A entidade conseguiu uma liminar para impedir que 20 redes de lojas abrissem suas portas ontem, domingo (dia 3 de outubro), e informa que a medida judicial é extensiva a outros feriados. "Essa liminar vale para uma parte do comércio. Mas já estamos entrando com ações semelhantes na Justiça do Trabalho para impedir que todo o comércio funcione no feriado se o setor patronal não assinar terça-feira (dia 5), a convenção".
CONVENÇÃO EMPERRADA
O que emperra a assinatura da convenção coletiva entre trabalhadores e empregadores são duas reivindicações feitas pela categoria, segundo sindicalistas que acompanham as negociações salariais.
A primeira é o reajuste de 9% nos salários, que hoje são, em média, de R$ 1.000 por jornadas de trabalho que chegam a cerca de 52 horas semanais, segundo informa o Sindicato de São Paulo. "Já concordamos que, se houver reajuste de 8%, assinaremos a convenção coletiva, mas recebemos contraproposta de 7% de reajuste, que é considerada baixa. O comércio tem conseguido bom desempenho e pode atender o reajuste pedido. Os metalúrgicos têm recebido 10% de reajuste salarial", afirma Patah. O segundo ponto que dificulta o acordo é a concessão de três dias a mais de folga por ano para empregados que trabalham no esquema 2 x 1, ou seja, trabalham durante dois domingos e folgam um. 'O direito foi conquistado há anos e a categoria não abre mão', diz Patah.
Fonte: Folha Online"
UGT - União Geral dos Trabalhadores