08/09/2010
07/09/2010
A UGT (União Geral dos Trabalhadores) participou de reunião em Brasília, na sede do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ocasião em que foi debatido o tema Brasil - Lições de Políticas frente à crise econômica internacional". O sindicalista Lourenço Ferreira do Prado, vice-presidente da UGT,representou, na ocasião, o secretário ugetista Arnaldo de Souza Benedetti, de Relações Internacionais, impossibilitado de comparecer por problemas de força maior.
Após a abertura do evento, pelo presidente do IPEA, professor Márcio Pochman e pela diretora da OIT (Organização Internacional do Trabalho) - Brasil, Laís Abrano, ocorreu a palestra a cargo do senhor Raymund Torres. A seguir foi a fez do pronunciamento do representante da classe patronal, no Conselho de Administração da OIT, Dr. Dagoberto Lima Godoy.
Ao fazer uso da palavra, o dirigente nacional da UGT disse que a crise econômico-financeira de 2008 não chegou a ser tão acentuada no Brasil, em virtude do seu Sistema Financeiro estar bem regulamentado e de terem sido tomadas as necessárias providências, algumas delas por sugestão da própria UGT.
Lourenço esclareceu que o governo brasileiro tomou medidas monetárias emergenciais, como a ajuda do Banco Central aos bancos, mediante liberação do Depósito Compulsório que chegou a atingir o montante de R$100 bilhões. Houve também estímulo fiscal através da redução drástica de alíquotas e até mesmo anulação do IPI para produtos da chamada "linha branca" (geladeiras) e máquinas. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) participou da luta contra a crise liberando linhas de créditos às empresas objetivando assim evitar demissões em massa de trabalhadores.
O dirigente da UGT lembrou que crise foi praticamente um confronto de conceitos, práticas e políticas econômicas dos Países do chamado 1º Mundo ou Países Ricos (G8 - União Européia e Japão) e dos Países em Desenvolvimento (g-20 - BRICS). "Assim, enquanto os primeiros se afundavam na crise, tendo de se submeter a imensos e profundos ajustes fiscais com todas as consequências maléficas (desemprego, quedas
bruscas no PIBs), os últimos Países, os chamados em desenvolvimento (G-20) ultrapassaram parcialmente a crise com mais facilidade e continuam crescendo com PIBs até razoáveis", salientou Lourenço.
Antes de encerrar seu pronunciamento, Lourenço Ferreira do Prado lembrou que em fevereiro de 2009 participou do seminário sobre a crise e seu impacto nos empregos no sistema financeiro mundial, realizado em Genebra, numa iniciativa da UNI-Union Network Internacional, onde estiveram presentes ainda representantes de bancos, governos e dos trabalhadores no Sistema Financeiro dos cinco Continentes. "Naquela oportunidade, o representante da FENABAN - Federação Nacional dos Bancos / Brasil, afirmou que no Brasil não houve nem há crise no setor financeiro, embora tivesse tecido críticas à pesada regulamentação do Sistema Financeiro no Brasil", concluiu o representante da UGT.
A reunião teve, ainda, palestras de Janine Berg, da OIT e Joana Mostafa, do IPEA com abordagens e críticas a pontos relacionados à importância do país continuar a crescer e a gerar novos empregos. Nos comentários finais o palestrante principal Raymond Torres enfatizou a necessidade de uma verdadeira coerência internacional entre as ações da OMC e OIT, a fim de que as melhores e adequadas práticas de comércio mundial gerem mais empregos decentes e sejam cada vez mais combatidos os trabalhos infantil, inclusive doméstico e escravo, até sua completa abolição."
UGT - União Geral dos Trabalhadores