30/08/2010
30/08/2010
Depois de muita luta a primeira juíza negra do Brasil, Luislinda Valois, foi nomeada desembargadora substituta no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A posse ocorreu nesta segunda-feira (30) no TJ. As suas atividades sob o novo cargo serão iniciadas na terça-feira (31) onde ocupará uma vaga na Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça. Isso representa, segundo Magno Lavigne, Secretário Nacional para Assuntos da Diversidade Humana da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Um pequeno avanço de extrema importância para os negros e negras da Bahia"
Graças a sua atuação marcada por sentenças inéditas e ações sociais de bastidores como a implantação de dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia e a instalação da Justiça Itinerante, Valois conquistou destaque no cenário baiano. Este ano a juíza foi indicada ao Prêmio Cláudia, maior premiação da mulher brasileira, ela é uma das finalistas para a categoria Políticas Públicas. A UGT, segundo Lavigne defende em sua Carta de Princípios igualdade de oportunidade e de tratamento independentemente de origem étnica, gênero, religião, nacionalidade, origem social e situação econômica.
Primeira juíza negra e primeira profissional da área a proferir uma sentença contra o racismo no Brasil, Luislinda trabalhou no interior baiano até ser promovida, em 1993, para Salvador. Combater o racismo dentro e fora da magistratura e tornar a Justiça acessível a todos são seus desafios constantes. Essa medida, conforme Mágno Lavigne, é um ponto de partida, "Porque temos ainda uma infinidade de casos sobre
desigualdade e preconceito racial espalhados por este Brasil", salienta.
Ela reativou dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia e criou e instalou a Justiça Itinerante, sala de audiência dentro de um ônibus que atende os bairros carentes de Salvador e Feira de Santana, e o Juizado Itinerante Marítimo, que conduz profissionais até as ilhas da Bahia. Coordenou ainda o Balcão de Justiça e Cidadania e levou a lei às comunidades quilombolas e aos índios.
Nas horas livres, Luislinda dá palestras em escolas públicas para que os jovens conheçam seus direitos e deveres. O Programa Justiça, Escola e Cidadania, idealizado por ela, atingiu mais de 5 mil estudantes. Sua militância também se estende à escrita: acaba de publicar o livro O Negro no Século XXI (ed. Juruá), uma reflexão sobre a participação dos afrodescendentes na sociedade atual.
Magno Lavigne/ Secretaria Nacional para Assuntos da Diversidade Humana da UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores