27/08/2010
27/08/2010
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou esta semana que as autorizações para a entrada de trabalhadores imigrantes no Brasil cresceram 18,85% no primeiro semestre de 2010. Isso para os que conseguem entrar legalmente no país. Valdir Vicente, Secretário de Políticas Públicas da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e membro do Conselho Nacional do Imigrante (CNIg) diz que o processo de entrada no pais é dificultada pelos órgãos responsáveis de fazer a tramitação.
Uma das ações da CNIg junto aos países membros do Mercosul é justamente implantar nova política aos imigrantes para que tenham um acesso mais livre e normatizar regras de um lugar a outro, para que possam viver sem discriminações.
A maioria dos 22,1 mil estrangeiros que chegaram neste período têm trabalho temporário em embarcações ou plataformas estrangeiras, segundo o MTE. Valdir Vicente explica que isso se deve ao fato de o Brasil investir na plataforma de petróleo. Nesse caso, a entrada de estrangeiros no país é notória, uma vez que são técnicos que chegam para compartilhar e passar os conhecimentos em solo cujo crescimento
econômico tem sido o grande atrativo. É importante frisar que a vinda não se deve por falta de mão de obra.
O CNIg tem a preocupação com a mão de obra nacional. Se o mercado de trabalho está saturado, o órgão chega e veta a entrada do imigrante ao país, mas com relação à camada de pré-sal, por exemplo, o caso é de entrada de técnico especializado, que vai desenvolver uma atividade onde ainda há número insuficiente de trabalhadores. Pelos dados do MTE, entre as autorizações temporárias concedidas, 8.244 é para trabalhadores estrangeiros que atuam a bordo de embarcações ou plataforma estrangeira
e os números diminuem ainda mais para as outras áreas. Apenas 1.714 autorizações foram concedidas a especialistas com vínculo empregatício. Entre os países da América do Sul, Colômbia lidera o número de autorizações concedidas, com 335, seguida da Argentina, com 297, e da Venezuela, com 255.
A realidade não contabilizada é mais alarmante, o Brasil ainda tem um processo lento de liberação de entrada e a maioria dos imigrantes entram clandestinos. Se for contabilizar o número de trabalhadores não documentados no país, chega entre 80 mil e 85 mil paraguaios, segundo dados do Centro de Apoio ao Migrante (CAMI). Não há como aferir a quantidade de estrangeiros dentro do Mercosul que não conseguiram
documentação. O número de bolivianos e colombianos é maior ainda. São pessoas que passam por discriminações, sem direito algum. Para isso o CNIg trabalha para amenizar a situação dos estrangeiros, aprimorando os mecanismos que são usados pelo Brasil", informa Valdir.
por Mariana Veltri, da redação da UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores