29/03/2010
O relatório de Avaliação Global de Recursos Florestais 2010, da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que o Brasil, apesar de ter diminuído a área desmatada, continua em primeiro lugar no ranking do desmatamento no mundo. Entre 1990 e 2000, houve uma redução significativa na perda de florestas brasileiras. Na última década, o país passou de 2,9 milhões de hectares anuais desmatados para 2,6 milhões nos anos 2000. Os dados foram divulgados na última quinta-feira(25) pela Agência Brasil.
A UGT(União Geral dos Trabalhadores) considera esses dados preocupantes, principalmente ao saber que o Brasil aparece, no ranking, como um dos que mais desmatam, segundo seu secretário nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Chico Braga. É preciso, segundo o dirigente lutar pela reestruturação da atual política fundiária do governo brasileiro saindo do discurso para a prática. Â A UGT, na sua Carta de Princípios defende o desenvolvimento sustentável em no tocante à Amazônia, prega a responsabilidade penal para as pessoas físicas ou jurídicas que agridem o meio ambiente aliás, conforme já prevê a Constituição Federal", diz Braga.
Chico Braga esclarece que os números divulgados são alarmantes pela proporção gigantesca do país que tem dimensões continentais. "Se diminui numa parte, aumenta em outra, mas os responsáveis pelo desmatamento não são mais os empreendedores dos grandes projetos. O que se nota pelas pesquisas, isso é resultado dos projetos de agricultura familiar, também bastante presentes nessa região", salienta o secretário da UGT. Chico Braga acredita que essa triste realidade tende a continuar a figurar, por algum tempo nessas estatísticas. "Os chamados mega desmatamentos que existiam, estão sendo controlados pe lo sistema de leitura cada vez mais eficiente de satélite, inclusive em áreas menores,como de meio hectare", lembra.
O relatório feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) demonstra que a Indonésia, outra campeã de desmatamento no mundo, registrou uma diminuição ainda maior que o Brasil na área florestal destruída. Na década de 90, havia 1,9 milhão de hectares de florestas desmatadas no país. A partir de 2000, esse número caiu drasticamente, passando para 500 mil hectares.
Nos últimos dez anos, 13 milhões de hectares anuais de florestas nativas foram transformadas em terras agrícolas ou destruídas por causas naturais, o que mostra uma redução em relação à década de 1990 quando foi registrada uma perda de 16 milhões de hectares. A América do Sul e a África tiveram as maiores perdas anuais de áreas verdes no período entre 2000 e 2010, registrando 4 e 3,4 milhões de hectares, respectivamente. A Oceania também teve uma grande perda de florestas, mas por um motivo bem diferente, devido à grande seca que atinge a Austrália desde 2000."
UGT - União Geral dos Trabalhadores