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GREVE GERAL UNE TRABALHADORES TURCOS


26/02/2010

Cerca de dois milhões de operários e outros trabalhadores turcos levaram a cabo, em 4 de Fevereiro, uma greve geral de um dia em apoio à luta dos trabalhadores da Tekel, a empresa pública que detém o negócio de tabaco e álcool. As doze fábricas que integram a Tekel foram vendidas pelo governo turco à multinacional norte-americana British American Tobacco e os seus 12 mil trabalhadores estão ameaçados de cortes salariais, despedimentos, de passarem à condição de precários e de ficarem impedidos de se organizarem.

Desde dezembro último, os trabalhadores da Tekel iniciaram um protesto percorrendo o país em busca de apoio e pedindo contas ao governo. Em 17 de Janeiro realizaram na capital, Ancara, uma manifestação de 10 mil pessoas que foi recebida por policiais, mas vários outros trabalhadores começaram a manifestar o seu apoio. Ferroviários, bombeiros e outros realizaram então greves de solidariedade.

Esta crescente solidariedade pressionou as diversas direções sindicais no sentido de organizarem o apoio no plano nacional. Seis centrais sindicais ameaçaram então o governo com greves de solidariedade em todos os setores industriais.

Diante da débil concessão do governo foi marcado um dia de greve geral. A participação, apesar das fortes pressões patronais, foi muito elevada em particular nos setores petrolífero, do vidro e do couro. Também participaram os trabalhadores da saúde e dos serviços públicos, dos transportes (que paralisaram várias cidades), operários da indústria química, têxtil, da alimentação, bebidas e da metalurgia, e ainda estudantes, professores e diversas associações profissionais, que expressaram solidariedade e se manifestaram nas ruas. Mineiros de cinco diferentes zonas mineiras do país pararam o trabalho. Cerca de 200 membros do Sindicato dos Trabalhadores Reformados, não tendo possibilidade de parar, aderiram ao protesto fazendo greve de fome durante o dia de greve geral.

Ataques policiais aos grevistas e manifestantes verificaram-se em diversos pontos do país. Em vários casos os trabalhadores responderam, tendo havido confrontos.

O apoio aos trabalhadores da Tekel expressou-se também em manifestações de massas por todo o país que paralisaram várias cidades e que tiveram especial relevo em Istambul, Ancara, Esmirna e Adana.

Em Istambul mais de 20 mil pessoas responderam ao apelo de várias organizações, especialmente o sindicato dos metalúrgicos e o dos funcionários públicos.


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