23/02/2010
COMO SEMPRE A CHINA: importante reportagem do Estadão mostra que o exportador chinês se utiliza de outros países para colocar seus produtos no Brasil. São produtos chineses que chegam ao Brasil como se tivessem sido fabricados na Malásia, Vietnã ou Taiwan. Embora existam divergências entre a Receita Federal e o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio sobre a melhor maneira de coibir os abusos e evitar a triangulação, está em andamento uma ampla investigação sobre esse tipo de prática. Um empresário brasileiro (Robert Barth, da Supergauss Produtos Magnéticos) informou ao governo todo o procedimento chinês, repassando inclusive os correios eletrônicos nos quais constam a frase se você está preocupado com a taxa antidumping no Brasil, podemos embarcar transferindo pela Malásia como fazemos usualmente". Há também produtos entrando via Mercosul.
EMPREITEIRAS: salta à vista a aproximação cada vez maior das empreiteiras brasileiras com o governo, envolvendo associações com estatais, fundos públicos e empréstimos do BNDES. A Folha de São Paulo, através do repórter Leonardo Souza, começa uma reportagem (02/02) com essa frase: "No ano eleitoral, o governo federal intensificou parcerias com as cinco maiores empreiteiras do país. Notórias doadoras de campanhas, elas vem negociando com o BNDES, Petrobrás e fundos de pensão de estatais". As empreiteiras citadas são Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS.
CÂMBIO: o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ligado ao PSDB, em entrevistas e artigos vem alertando sobre a situação do câmbio. Em quatro semanas, o dólar passou de R$ 1,73 para R$ 1,89. Segundo ele: "Não tenha dúvida de que o Banco Central vai vender. Vai fazer atrasado,como sempre, mas vai". (Folha de São Paulo - 07/02). Sua tese escuda-se no fato de que o dólar, em determinado momento, vai bater na inflação. Para os trabalhadores, repetimos, há enorme confusão. Quando o dólar cai, há reclamações especialmente dos exportadores e, quando sobe, são os economistas que alertam contra a alta da inflação. Vá entender!
PREVISÍVEL: nada que se faz aberta e internacionalmente é amorfo. O namoro do Brasil com o Irã já apresenta sua fatura de conseqüências. Jack Halpern, diretor do Congresso Americano Judaico, disse: "Não podemos recompensar o Brasil com o vasto mercado americano enquanto seu governo apóia um regime ditatorial, que nega o Holocausto e está enriquecendo urânio. O Brasil precisa entender que o apoio ao Irã traz conseqüências". (Estadão 12/02). Como primeira conseqüência, o lobby pró-Israel nos Estados Unidos deixou de apoiar a abertura do mercado americano ao etanol brasileiro.
OS RICOS NUNCA PERDEM: estudo da Fundação Getúlio Vargas (Centro de Políticas Sociais) mostra que os extratos das classes AB do Brasil foram os que mais cresceram no ano de crise (2%). A classe E foi a que mais perdeu (caiu 1,4%).
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UGT - União Geral dos Trabalhadores