05/02/2010
O juiz do trabalho Rafael da Silva Marques deferiu liminar impedindo a realização de jogos de futebol do Campeonato Gaúcho das séries A e B nos horários de 10h e 18h. A medida atende pedido do Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul, filiado à UGT-RS (União Geral dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul) que entrou com ação cautelar na quinta-feira (4) após reclamações de clubes e jogadores que atuaram sob temperaturas de mais de 40 graus na quarta-feira(3).
O presidente da UGT-RS, Paulo Barck, elogiou a decisão do juiz, justificando que da forma como vinha ocorrendo era praticamente impossível praticar essa modalidade de esportes com um calor de 40 graus, sujeito a provocar desidratação e insalubridade nos atletas, no caso, os mais sacrificados". Em sua sentença, o juiz da Justiça do Trabalho cita que os jogos devem ser realizados fora desse horário, sob pena de multa diária de R$150 mil por partida, sem prejuízo de multa de R$5 mil por atleta à federação. O presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto já foi notificado, mas pretende recorrer.
Paulo Barck disse que a UGT-RS apóia a iniciativa da diretoria do sindicato citando como exemplo o ocorrido na quarta-feira (3) durante o jogo entre Grêmio e São Luiz, de Ijuí, no estádio Olímpico de Porto Alegre, às 17h, com os termômetros registrando temperatura na casa dos 40 graus. Em conseqüência disso, os jogadores gremistas Rafael Marques e Mário Fernandes, passaram mal, tendo o primeiro sido removido para um hospital para ser medicado. "A meu ver isso cabe até mesmo uma ação indenizatória" , lembrou Barck.
A FGF alega que tem compromisso financeiros com as emissoras de televisão e qualquer mudança de horário poderá comprometer o repasse das verbas aos clubes. O próprio juiz trabalhista alegou que essa onda de calor é a maior dos últimos 30 anos e não há como disputar jogos nos horários estipulados pela FGF, com temperaturas que oscilam entre 35 e 43 graus. "Se fazer audiências na justiça do trabalho sem ar-condicionado é impossível, o que dirá jogar futebol a quarenta graus", completa o juiz. O presidente da UGT gaúcha salienta que a ganância dos clubes por verbas das TVs não pode colocar em risco a vida de dezenas de profissionais da bola."
UGT - União Geral dos Trabalhadores