28/01/2010
No terceiro dia do Fórum Social Mundial, as centrais sindicais realizaram o seminário O Mundo do Trabalho. Na abertura, o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, salientou que nas avaliações dos 10 anos de Fórum algumas questões devem ser observadas. Os avanços do movimento sindical devem ser destacados, mas é preciso evoluir mais, segundo ele. A juventude ainda está muito distante do movimento sindical", disse Patah. "São pessoas que têm uma outra percepção, precisam de uma outra fala, para que possam ajudar a enfrentarmos ainda o neoliberalismo." O presidente da UGT foi muito aplaudido pelo plenário ao defender a valorização da mulher e o fim da discriminação racial. "As vezes, mesmo nas direções do movimento sindical, não têm muitas mulheres", lembrou. Patah também enfatizou a necessidade de o movimento sindical ter representantes em cargos eletivos.
A mesa de abertura contou também com a presença do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e do presidente da Assembléia Legislativa do RS, Ivar Pavan. Ao saudar os participantes do Fórum, Fogaça falou sobre temas que são decisivos no mundo, como a democracia: "só em um ambiente de sólidas instituições democráticas é que avança a luta dos trabalhadores", alertou. Ivar Pavan lembrou o papel fundamental do FSM em barrar o avanço do neoliberalismo com a contribuição do movimento sindical e destacou três pautas universais para a construção de um novo modelo de desenvolvimento: a democracia, o meio ambiente e a solidariedade.
A crise mundial do capitalismo e perspectiva do movimento sindical
- O primeiro painel contou com a presença de representantes da CTB, CGTB e CUT que trataram da atuação do movimento sindical frente a crise econômica mundial e as possibilidades de avanços para os trabalhadores nesse novo período.
Trabalho decente e pacto mundial pelo emprego
- No segundo momento do seminário, os palestrantes fizeram explanações sobre a importância do trabalho decente. O secretário-geral da UGT, Canindé Pegado, apresentou aos participantes algumas considerações sobre o Pacto Mundial para o Emprego, resolução da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em resposta a crise econômica de 2009. O Pacto resultou da 98º Conferência da OIT, ocorrida em junho do ano passado, e objetiva enfrentar os efeitos da crise econômica no mundo do trabalho. "A premissa da resolução é a de que o mundo deve ter uma visão diferente após a crise", disse Pegado. O Pacto apresenta ações concretas que Estados, trabalhadores e empregadores possam implementar baseadas no tripé: mais empregos, mais garantias de emprego e melhorias e condições para que as empresas se mantenham abertas gerando empregos. "O Pacto diz que a economia mundial deve gerar até 2015 em torno de 300 milhões de novos postos de trabalho", contou Pegado.
No Pacto Mundial para o Emprego estão definidos 11 objetivos, entre eles está a qualificação de mão de obra para o mundo do trabalho. "Esse é um tema fundamental para as centrais sindicais discutirem de forma efetiva", salientou o secretário. O Brasil, segundo ele, é deficitário em relação aos recursos para a formação e qualificação de mão de obra. Para 2010, o orçamento foi reduzido em 53% pelo ministério do Orçamento e Planejamento."
UGT - União Geral dos Trabalhadores