27/01/2010
A União Geral dos Trabalhadores realizou hoje o Seminário A UGT e o Movimento Sindical 2010. O evento contou, na abertura, com a presença do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. O ministro destacou o papel do Fórum Social Mundial já que traz algo fundamental para a humanidade a visão social, visão que gera renda, segundo Lupi. Esse Fórum está trazendo uma contribuição muito grande a toda a sociedade, discutindo a evolução do ser humano, as conquistas sociais dos trabalhadores, o meio ambiente, avanços necessários para a sociedade", afirmou. O ministro também enfatizou a necessidade de organização dos trabalhadores e suas centrais sindicais. "No Brasil, precisamos avançar mais, quanto mais salário o trabalhador ganhar mais geração de emprego", disse Lupi. O ministro conclui lembrando que o que manteve o país a salvo da crise mundial foi o salário, o ganho real dos trabalhadores. "Sem emprego não há dignidade, não há cidadania."
No Seminário, o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, criticou a forma de agir das demais centrais, especialmente por estarem ligadas ao governo federal e não atuarem na defesa dos trabalhadores. O fator previdenciário é um dos pontos de discordância, enquanto a UGT quer o fim do FP, outras centrais aceitam negociar. "Nós podemos criticar, sim, o fator previdenciário tem que cair e vai cair, depende da gente", afirmou. Patah foi enfático em destacar os avanços do governo Lula, com ressalvas para algumas questões: "nós temos alguns temas que criticamos demais o governo", disse Patah.
O presidente da UGT lembrou que este é um ano muito importante, de grandes mudanças e a UGT tem que mostrar o caminho que vai tomar. Esse caminho deve levar em conta três pontos. Um deles é a educação, que, na sua opinião, não evoluíram como deveriam. "Não podemos ter qualquer tipo de mudança no Brasil se a educação não for considerada uma atividade vital", disse Patah. Os indicadores demonstram que a ausência da educação qualificada tem como consequência situações como a de 1% da população deter 50% da riqueza do país. "Enquanto nós não tivermos a capacidade de perceber e de exigir, vamos ser sempre o país do futuro."
Patah lembrou que a UGT é a única central a ter um projeto na Câmara para que haja uma remuneração mais adequada para a conta do fundo de garantia, "também existe um outro projeto do pré-sal, que a UGT quer a participação dos trabalhadores, senão não adianta ter essa fortuna em petróleo". Sobre a perspectiva de o Brasil, em 10 anos, chegar a ser a quinta economia mundial, o presidente salientou que se não houve distribuição de renda, participação da sociedade, isso será insignificante.
Na avaliação dos 10 anos do Fórum Social, Ricardo Patah criticou a maneira como o FSM está organizado, deixando de lado a participação do movimento sindical nas decisões. "Os Fóruns sociais estão restritos a quatro, cinco pessoas, o movimento social não participa da direção, da organização do Fórum." Outro tema que merece a atenção da UGT, conforme destacou Patah, é a participação dos jovens no movimento sindical, o que ainda é pouco representativo. "É uma juventude que ainda está muito distante das questões fundamentais."
Ainda há outras questões que devem estar na pauta de discussão da UGT em 2010, como a redução da jornada de trabalho, o fim da discriminação racial e de gênero e o fim das práticas anti-sindicais.
Crescimento - O secretário geral da UGT, Canindé Pegado, apresentou aos participantes do seminário a atual situação da entidade e a sua evolução tornando-se a terceira maior central sindical do país em apenas dois anos de existência. Pegado explicou como é definida a representativa das centrais e o processo de filiação de sindicatos às centrais.
Economia - A conjuntura econômica foi tema da última apresentação do seminário. O coordenador de estudos e desenvolvimento do Dieese, Ademir Figueiredo, fez uma explanação da crise econômica mundial e de como o Brasil foi capaz de superá-la."
UGT - União Geral dos Trabalhadores