29/12/2009
Nos aproximamos de 2010 e encerramos o balanço de 2009 convictos que contribuímos para a superação da crise financeira mundial e suas consequências na economia brasileira.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e seus mais de 700 sindicatos filiados agiram com serenidade, determinação e principalmente muita fé no Brasil desde os primeiros anúncios das principais catástrofes financeiras, que começaram com a falência do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008.
Caiu a instituição bancária até então tida como referência mundial nos seus 158 anos de existência e a UGT, que acabara de completar um ano e meio de vida e seis meses de reconhecimento formal, que se deu em março de 2008, se abraçou aos seus sindicatos filiados, juntou ideias e sugestões que foram imediatamente apresentadas ao Governo Federal.
Porque sabíamos todos nós, que o Brasil seria, mais uma vez, maior que a crise. E tínhamos plena consciência que a crise poderia ter consequências gravíssimas se não colocássemos em prática nossa fé no potencial de nosso País.
Como sempre dizíamos, desde as primeiras manifestações da crise, era preciso ser realistas e combater com serenidade o pessimismo que os órgãos de comunicação começaram a apregoar com um exagero estratégico, que só interessava aos setores empresariais que usaram o pânico para justificar demissões arbitrárias e suspender investimentos.
Grande parte dos empresários suspenderam, covardemente, os investimentos, demitiram em massa seus empregados, como fez a Vale que pôs na rua 1.300 trabalhadores e a Embraer que demitiu mais de 4 mil.
A UGT foi a primeira central a procurar o presidente Lula com propostas concretas para estancar a sangria da crise. Exigiu contrapartida social nos financiamentos com dinheiro público, a ampliação em mais dois meses do seguro desemprego para todas as categorias e a redução das taxas de juros, que infelizmente ainda não chegaram aos patamares que consideramos adequados para incentivar a produção e a geração de empregos.
Em poucos meses, começamos a perceber que a gravidade da crise estava sendo superada pelo mercado interno brasileiro. Os trabalhadores brasileiros continuaram a consumir e as iniciativas de renúncia fiscal do governo do presidente Lula com a redução de IPI para vários setores da economia começaram a surtir efeito.
A UGT foi para as ruas através de eventos que reuniram milhares de trabalhadores e trabalhadoras, como foram as comemorações do Dia Internacional da Mulher, em 8 de Março, quando abraçamos, literalmente, as mulheres, mães e moradoras das favelas e cortiços de São Paulo, num ato de inclusão social que emocionou a todos. E repetimos a emoção ao reunir mais de 400 mil pessoas no Primeiro de Maio, em que homenageamos Ayrton Senna e exigimos mais empregos e mais contrapartida social.
Enquanto trabalhava a favor do Brasil, a UGT crescia, agia e continuava a pensar o Brasil. Recuperamos a História do movimento sindical brasileiro com o seminário 100 anos de Movimento Sindical no Brasil: Balanço Histórico e Desafios Futuros". Inovamos e participamos em massa do "Seminário da Diversidade Racial", realizado no Rio.
Pensamos também nosso planeta através do "1o. Seminário de Ecologia" e fomos a primeira central sindical a colocar as preocupações mundiais com o aquecimento global no dia-a-dia dos trabalhadores brasileiros.
Através do "1o. Encontro Nacional de Comunicação", com a presença de grandes especialistas do setor, estabelecemos uma análise independente e conseguimos entender, conjuntamente, as reais intenções ideológicas e econômicas que sustentam a imprensa brasileira.
E, em novembro de 2009, a UGT se uniu em torno do Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos que foi criado para se tornar a plataforma de mobilização e de inclusão do aposentado, do pensionista e do idoso.
Encerramos 2009 prontos para 2010, que será um ano eleitoral e, portanto, de mobilização de forças políticas, da participação direta da UGT nos debates que terão como tema o futuro imediato do Brasil.
Estamos preparados. Vamos para as ruas, para os comícios, para a interação direta com os políticos carregando nossas bandeiras que já são históricas e que são a inclusão econômica e social e a distribuição de renda e que nos ajudarão, temos certeza, a garantir, a curto prazo, mais Justiça Social para todos os brasileiros.
Teremos, todos, um 2010 de muitas vitórias, por que ânimo e unidade na ação não nos faltam.
Ricardo Patah, presidente nacional da UGT
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UGT - União Geral dos Trabalhadores