10/12/2009
Da Secretaria de Divulgação e Comunicação
A revista alemã Der Spiegel", tida como a Veja brasileira, publicou em sua edição de quarta-feira (9) interessante e preocupante matéria sobre a crise econômica financeira em que atravessa a Grécia. Em 2004, os técnicos gregos, responsáveis pelos cálculos do PIB(Produto Interno Bruto) manipularam os números usando artimanhas e métodos escusos, para que aquele país pudesse ingressar na União Européia. Uma das exigências para se associar é o equilíbrio orçamentário. Até ai, nada de surpreendente. Segundo a revista germânica, a Grécia aumentou seu PIB em 25%, em parte porque incluiu o mercado ne gro e a prostituição- a mais antiga das profissões-, na sua produção econômica.
A Grécia desponta-se como importante nação européia. É conhecida como o berço da democracia e dos Jogos Olímpicos. Sua área territorial é de 131 mil k² e a população estimada é de 11.216 milhões de habitantes. A sua situação econômica não é nada boa. Ela está bastante endividada e corre o risco de quebrar a qualquer momento causando preocupação para governantes de diversos países integrantes da União Européia. Segundo a revista, a Grécia já acumulou uma dívida enorme que será difícil, ou mesmo impossível, saldar. O governo tomou emprestado o equivalente a mais de 110% da produção econômica do país no decorrer dos anos, e se os investidores perderem a confiança nos títulos, um colapso econômico poderá atingir a Grécia já no ano que vem.
Em 2010 os devedores governamentais em Atenas terão que refinanciar uma dívida total de cerca de 25 bilhões de euros (R$ 65 bilhões) - ou seja, pagar o que devem usando dinheiro obtido por meio de empréstimos junto aos mercados financeiros. Mas, caso não se encontrem compradores para as suas securities, a Grécia não terá escolha a não ser declarar insolvência - assim como fizeram nas últimas décadas México, Equador, Rússia e Argentina. Isso coloca Bruxelas em uma situação difícil. As regras da União Europeia proíbem os 27 membros do bloco de empresta r dinheiro a outros membros para que estes tapem buracos nos seus orçamentos ou paguem juros de dívidas.
A Grécia já paga quase 2% a mais do que a Alemanha em juros sobre a sua dívida. Em outras palavras, com uma dívida total de 270 bilhões de euros (US$ 402 bilhões, R$ 707 bilhões), a Grécia estará pagando cinco bilhões de euros (R$ 13 bilhões) a mais em juros anuais do que estaria caso ela fosse a Alemanha. E, como as agências especializadas estão ameaçando rebaixar a classificação de crédito do país, que já é ruim, a situação provavelmente só piorará.
Resumindo: manipulando aqui, manipulando acolá, os tecnocratas gregos conseguiram colocar o país nessa situação caótica. Ainda bem que esse método inovador não tenha sido adotado pelos técnicos responsáveis dos caçulos do PIB brasileiro que é montado na base da produção real de suas atividades econômicas dos setores industrial, comercial, agrícola, agro negócios e serviços, devidamente documentado pelo exigente Banco Central do Brasil. (Leia a matéria completa da alemã "Der Spiegel")
Marcos Afonso de Oliveira, é Secretário Nacional de Divulgação e Comunicação da UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores