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UGT participou com grande delegação da IX Cúpula do Cone Sul.


07/12/2009



Entre a eleição e a posse temos a oportunidade de captar as profundas intenções dos executivos eleitos. Foi o que aconteceu ao presenciarmos o discurso do presidente eleito do Uruguai, José Pepe Mujica, no dia 7 de Dezembro, na sede da central uruguaia, a PIT-CNT, no encerramento da IX Cúpula Sindical do Cone Sul com a platéia lotada, com mais de 400 lideranças de toda a América Latina.

A UGT estava presente com uma expressiva delegação liderada pelo vice-presidente Antônio Cortizo e por Valdir Vicente, um dos principais organizadores do evento. Mujica começou seu discurso afirmando que os trabalhadores da América Latina vivem uma realidade de seguidas frustrações quando o assunto é a unidade do continente em favor de interesses comuns, principalmente, que reflitam as necessidades dos trabalhadores. Foi essa a vontade dos libertadores que foram muito mais modernos que os líderes que vieram depois", disse Mujica.

Sonhos que foram registrados, disse o presidente eleito, por Bolívar, San Martin, com sua visão federalista e por Artigas, o defensor da autonomia dos povos do Rio da Prata.

Segundo o Mujica, a América Latina foi ocupada dentro do critério fenício de fazer negócios em cada porto. "Cada porto serviu para construir um país ao seu redor. Nascemos já sem uma unidade nacional porque os interesses que comandaram nossa formação dependiam já na época da consolidação das nações das vontades internacionais".

E continuou: "Os núcleos portuários e o comércio foram muito mais importantes do que o povo que vivia nos países, deixando de fora os interesses dos trabalhadores e das comunidades que se formavam". Fazendo eco aos discursos das lideranças que o antecederam, inclusive do nosso vice-presidente Antonio Cortizo, Mujica disse que "a integração latino-americana ainda não faz parte das ações concretas das lideranças dos trabalhadores do continente, nem dos partidos progressistas". Disse que "temos uma dívida de formação, de educação e de luta para com o nosso próprio povo, pois não haverá unidade entre os povos da América Latina até que o tema faça parte das mobilizações nas ruas".

Enquanto não houver essa ação de massas a favor da unidade dos povos, da integração das organizações sindicais, o Mercosul continuará a ser um ambiente de as elites fazerem negócios de seus interesses. E concluiu: "Se quisermos lutar contra a pobreza, se queremos recuperar nossa identidade perdida, ainda não efetivada, mesmo tendo já criado vários países, ainda falta fundar nossas próprias pátrias. É ainda uma dívida pendende com nossos povos".

A partir da recuperação de nosso sentimento de pátria vamos unir esforços, disse José Pepe Mujica, para lutar "com sensatez contra a pobreza e a miséria, na luta contínua para recuperar a identidade e nossa própria cultura". Temos que continuar a sonhar, afirmou, e criar condições para que o teu e o meu não nos separe.

Seu discurso confirmou as preocupações da UGT na defesa intransigente da Educação e da Cultura. "Temos aprendido duas coisas, essa humanidade requer alguns pressupostos prévios: muita riqueza, muita cultura e muito conhecimento", disse. "Que mesmo que não baste para fazer desaparecer a exploração do homem pelo homem, ajudará os homens e mulheres a buscar seus espaços num ambiente que ainda é dominado pela frivolidade, pela barbárie e por uma cultura fragmentada, que mesmo assim, é privilégio de uns poucos." No encerramento do seu discurso, aplaudido de pé pelas lideranças presentes, Mujica, o ex-guerrilheiro Tupamaro disse: "Cultivem o o amor, o abraço, o futuro, o amanhã. Não vivam olhando para trás. Vivam de olho no futuro"."


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