25/11/2009
UGT repudia toda e qualquer forma de xenofobia, violência (física, moral, psicológica, política, cultural), terrorismo, discriminação e preconceito (etnia, gênero, orientação afetivo-sexual, religião, opinião política, nacionalidade, origem social, portadores de necessidades especiais e situação econômica." Com base nesses e outros conceitos constantes de seu Manifesto de Fundação, a UGT promoveu, com pleno êxito, o 1º Seminário Nacional sobre Diversidade Humana e dele tirou as diretrizes básicas visando contribuir para a construção de uma sociedade verdadeiramente humana e que valorize a pluridimensão da diversidade humana.
O seminário, realizado de 18 a 20 de novembro , serviu também como forma de reverenciar o dia 20 de novembro, que marca o assassinato de Zumbi dos Palmares, em 1695, que se transformou num grande ícone da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade. Participaram aproximadamente 200 pessoas entre lideranças sindicais, estudantes, professores, intelectuais e representantes de grupos culturais afro-descendentes. "De um modo geral foi um ótimo encontro não só pela o publico participante como também pelo conteúdo do que foi debatido nesses três dias", resumiu o secretário nacional Mágno Lavigne, titular da Secretaria para Assuntos da Diversidade Humana da UGT.
Através de uma ampla e democrática participação, o seminário apontou um conjunto de diretrizes básicas que precisam ser amplamente debatidas pelos sindicatos filiados à UGT no sentido de ser aplicada uma política democrática quanto à diversidade humana. Chegou-se a conclusão de que é necessário escrever ahistória das lutas dos trabalhadores no Brasil numa perspectiva que incorpore as relações entre o mundo do trabalho e a diversidade étnica, cuja historiografia ainda demanda de investigações. A questão, em especial dos negros merece ser tratada mais efaticamente nas aulas, em quais quer disciplinas Um deles é o que trata da função da escola, que precisa formar verdade iramente o cidadão pensante, criativo, comprometido com as mudanças para efetivar a inclusão social.
Nesse esforço, a UGT se coloca ao lado de todos aqueles que almejam a construção de uma sociedade radicalmente democrática que valorize a diversidade humana em todas as suas dimensões, como ao lado dos que lutam pela superação da miséria que assola milhões de brasileiros em várias regiões do país. A história não pode manter no silêncio aqueles que, no Brasil e no mundo, e em todos os tempos, contribuíram, através de árduas e heróicas lutas, para o fim de todo tipo de opressão e na busca de novo marco civilizatório centrado na valorização do ser humano em toda a sua diversidade.
A discriminação contra os afro-brasileiros e outras etnias e a face contraditória do desenvolvimento do Brasil foram outros pontos merecedores de discussões. E o lado inverso e trágico desse desenvolvimento é o diagnóstico que aponta que dos 10% das famílias de menor renda, 70% são compostas de negros. Essa realidade demonstrada apenas com valores quantitativos, é ainda mais agravada a partir das análises qualitativas da vida dessa população. Enquanto no trabalho informal os homens negros são maioria, a mulher negra é maioria nas atividades domésticas, e está no setor de menor renda. Esse sucinto diagnóstico apenas apresenta a realidade da população afro-brasileira no me rcado de trabalho e reflete de forma explícita o resultado de mais de trezentos anos de escravidão e tráfico de escravos negros da África para o Brasil."
UGT - União Geral dos Trabalhadores