08/05/2013
A Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA) promoveu nos dias 07 e 08 de maio, em São Paulo o seminário Nueva Fiscalidad Y Desarrllo Sustentable”, com o objetivo de discutir as consequências da crise internacional em países latino americano. O encontro contou com a presença de líderes sindicais do Brasil, Chile, El Salvador, Nicarágua, e República Dominicana.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) esteve representada por seu secretário para Assuntos Econômicos, José Roberto de Araújo Cunha Jr., que ressaltou a importância de se discutir as questões ligadas a economia global e de que forma as medidas de austeridade adotadas na união europeia atingirão os países emergentes, como o Brasil, e principalmente de que forma esse cenário será desfavorável a classe trabalhadora.
Por vídeo conferência, o Economista do Instituto Internacional de Estudos Laborais da OIT (organização Internacional do Trabalho), Miguel Ángel Malo, fez uma apresentação traçando o novo cenário político internacional, agravado pela crise europeia, debatendo socialmente as políticas de austeridades fiscais adotadas como combate aos efeitos da crise e de que forma essas ações podem afetar outras nações, uma vez que se fortaleceu o conceito de globalização.
Segundo o representante da OIT, em longo prazo os efeitos recorrentes dessas medidas de austeridade são gravíssimos para a classe trabalhadora europeia, principalmente para os mais jovens, as mulheres e os estrangeiros.
Como alternativa para minimizar tais efeitos em nível mundial, Miguel propôs a criação de uma coordenação internacional que vá muito além do FMI (Fundo Monetário Internacional) e que inclua potências como Estados Unidos, OIT e Países Emergentes para discutir o resultado futuro da crise para a classe trabalhadora e suas consequências numa economia global cada vez mais globalizada.
Segundo Cunha, num momento de crise em que não se tem mais o recurso do crédito como socorro existem duas medidas a serem tomadas: a primeira é buscar aumentar sua receita e a segunda é o corte de gastos e baixar padrões sociais. “É justamente o que esta acontecendo, demorou-se muito tempo para tentar reverter à crise porque os países afetados querem aumentar suas receitas sem baixar padrões sociais. Quem esta sofrendo as consequências são os trabalhadores e trabalhadoras desses países”.
Efeitos nos países emergentes
Dentre as discussões do seminário, debater as consequências da crise para os países emergentes foi uma das pautas mais abordadas. O excesso de medidas de austeridades adotadas e as economias cada vez mais globalizadas podem, em curto prazo, atingir países em desenvolvimentos e influenciar no mercado de trabalho global. “Podemos concluir que em regiões da Europa é possível que sejam aumentados os impostos para se incentivar o consumo interno e isso pode prejudicar o mercado de exportação de países como o Brasil, por exemplo”, explica o secretário ugetista.
UGT - União Geral dos Trabalhadores