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UGT Press: Muita terra em mãos de poucos


03/11/2009

O TCU E O GOVERNO: paralelos se estabelecem na fiscalização das contas governamentais. O Tribunal de Contas da União, para dizer o mínimo, não tem um grande histórico, tanto que a corrupção aumentou aceleradamente a partir da década de 50. Contudo, nos últimos anos, o TCU vem evoluindo e renovando a sua metodologia e está se transformando numa instituição viável e confiável. Isso tem incomodado os governos de turno. A última grande crítica oficial ao TCU partiu do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que acusou a instituição de extrapolar em suas funções ao pedir a paralisação de 41 obras federais. Apesar dos ministros do TCU serem nomeados pelo governo (o último foi José Múcio), há uma equipe técnica aprovada em concurso, responsável pela verificação contábil e legal dos gastos governamentais. É essa equipe técnica que tem garantido maior confiabilidade aos trabalhos do TCU.

FARRA: embora o turismo de brasileiros para o exterior tenha sido seriamente afetado por duas situações (crise econômica e gripe suína), nossos patrícios estão de volta às viagens e às compras. Sabe-se que o brasileiro é ávido comprador. O duplo problema fez cair os preços dos pacotes turísticos, em alguns casos com baixas acima de 50%. Está tão fácil viajar que o presidente da CVC, Valter Patriani, em entrevista ao jornal Estadão (27/09/09), revelou que a empresa está vendendo pacotes com apenas um real de entrada e o restante dividido em até oito meses, sem juros. Viajar para a Europa custa em torno de dois mil reais. O dispêndio brasileiro com viagens ao exterior já é um item preocupante no Balanço de Pagamentos, pois se sabe que a vinda de estrangeiros para o Brasil tem caído.

CONCENTRAÇÃO DE TERRAS: o jornal Folha de São Paulo" fez interessante levantamento sobre o aumento da concentração de terras em mãos de poucos proprietários. Teve como base o Censo Agropecuário de 2006. A gravidade do fato se revela quando é feita a comparação com números semelhantes de 10 anos antes: a situação piorou, mesmo que, ligeiramente. O que se pretende ao longo dos anos é a democratização da propriedade da terra, no Brasil historicamente de latifúndios e em mãos de poucas pessoas. Essa tendência histórica está na raiz de muitos males nacionais, incluindo o coronelismo, o trabalho escravo e a improdutividade.

ESCASSEZ DE MÃO-DE-OBRA: assim que são notados maiores índices de crescimento econômico, logo os jornais começam a estampar notícias sobre a falta de mão-de-obra especializada. É o que acontece no momento na construção civil, setor que vem recebendo fortes estímulos governamentais. Não é só na construção civil: os setores estratégicos da economia (petróleo, gás, mineração e outros) sofrem há muito tempo com o problema. A resposta brasileira ao problema tem sido lenta. Investimentos em escolas profissionalizantes inexistem e o país sofre com a ausência de políticas permanentes de requalificação. As centrais sindicais brasileiras tem constantemente alertado o governo sobre o problema e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), presidida por Ricardo Patah, tem reiteradamente levado o problema ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi."


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