20/10/2009
Da: Secretaria Nacional de Comunicação e Divulgação
A população chinesa em idade de trabalho, correspondente à faixa etária entre 15 a 64 anos, chegará a 1 bilhão de pessoas em 2020. Ou seja, nos próximos 10 anos aquela Nação asiática terá, além dos 754 milhões já existentes, mais 246 milhões de pessoas disputando o mercado de trabalho. Isso equivale a 1 vez e meia a população atual do Brasil que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de 191.909.118 habitantes dos quais, 79 milhões ativos. A população economicamente ativa é representada por todas as pessoas que constituem a força de trabalho do país.
O próprio governo chinês, através do chefe do Escritório do Comitê de Planejamento Familiar, Zhang Chunsheng, destaca a pressão previsível daqui a 10 anos em busca de emprego para toda essa gente. Não deixa de ser preocupante não apenas para as autoridades chinesas como também para o mundo. É preciso que, a partir desses dados, os demais países, em especial aqueles que caminham para o desenvolvimento, comecem a avaliar o que essa explosão demográfica poderá provocar em suas políticas econômicas e sociais.
Interessante que recentemente noticiou-se de que a China vinha ampliando a sua participação no mercado externo de serviços adotando até uma concorrência desleal quando oferecia não só sua engenharia avançada como, também mão de obra especializada a custo bem mais baixo que de outros países, como o Brasil. Talvez essa política, do Tigre Asiático" já tenha alguma consonância com essa perspectiva de aumento do número de trabalhadores na próxima década. Não sabemos se conseguirá, até 2010 oferecer empregos para toda essa gente que virá, mas não deixa de ser um grande desafio.
Tomando por base os dados populacionais da China, a UGT (União Geral dos Trabalhadores) entende que o Brasil tem que começar a agir. E que o faça rápido porque, da mesma forma que esse crescimento será registrado naquele país oriental, por aqui a tendência é semelhante. As estimativas dão conta de que o Brasil chegará em 2010 com uma população de 209 milhões de habitantes equivalente a um crescimento de 22% . Se esse mesmo percentual prevalecer para a população economicamente ativa crescerá dos 79 milhões para 88 milhões de pessoas.
Se a Constituição estabelece que todo cidadão tem direito a ingressar no mercado de trabalho, é preciso que a partir de agora o governo passe a adotar políticas publicas que venham a minimizar os efeitos desse crescimento populacional. É fundamental que se invista em cursos que prepare esses futuros trabalhadores para enfrentar os desafios que o mercado de trabalho irá exigir diante dos avanços tecnológicos. Aliás, já se verifica isso no presente momento quando vemos indústrias se modernizando através da informatização e da robótica. Resumindo: aos poucos o serviço braçal vai sendo substituído pelas engenhosas máquinas. Mas é preciso que o ser humano esteja preparado mentalmente para gerir essas invenções que ele mesmo criou. E a receita da UGT é simples: melhorar a educação sob todos os aspectos para que todos os trabalhadores tenham acesso a ela.
Marcos Afonso de Oliveira, é secretário de Divulgação e Comunicação da UGT"
UGT - União Geral dos Trabalhadores