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O avanço da telefonia celular no Brasil


23/10/2009



Canindé Pegado

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) noticiou a existência de 166,1 milhões de telefones celulares no Brasil. Isso até setembro, o que representa um crescimento de 0,96% sobre o número registrado em agosto. Isso equivale a 86,67 aparelhos por grupo de 100 habitantes. Para um país com uma população de 191 milhões de habitantes, esses dados são significantes, levando-se em consideração o pouco tempo de implantação desse moderno sistema de telefonia.

Ela foi introduzida no Brasil em 1972 por um sistema de baixa capacidade com tecnologia IMTS (Improved Mobile Telephone System), com apenas 150 celulares.

Só a partir de 1990 é que essa novidade passou a ser ampliada com o Rio de Janeiro sendo a primeira cidade a usar a telefonia móvel celular, sendo definido o padrão americano, analógico AMPS (Advanced Mobile Phone Syste ) ou Sistema de Comunicação de Telefonia Celular.

Esse padrão obedecia rigorosamente a formatação em uso nos Estados Unidos. Posteriormente, com o aumento da demanda, o Ministério das Comunicações expandiu a Banda de freqüência para o sistema móvel celular e utilizou o padrão E-AMPS (Extended AMPS). A inauguração desse sistema, em São Paulo aconteceu em 1993 e, em 1997 passa a operar o primeiro serviço digital nacional da Banda B.

Foi justamente na década de 90 que a comercialização de celulares começou a crescer. Só que a procura era maior que a demanda. Para ter uma linha celular a pessoa fazia inscrição na Telesp e ficava aguardando no mínimo dois anos. Nessa época surgiu o comércio paralelo. Quem tinha uma sua inscrição costuma repassá-la para terceiros mediante uma "gorda" compensação financeira. A bem da verdade, esse tipo de transação era proibido por lei. Quem comprava esse documento recebia o celular, mas a conta vinha em nome de quem fizera a inscrição.

Vale a pena voltar ao tempo e sintetizar a história das comunicações no Brasil. Na época do Império usava-se o correio. Ai surgiu o telégrafo. As correspondências mais urgentes eram feitas através de telegramas. O telefone surgiu a seguir. Mas somente famílias abastadas tinham um aparelho em sua casa ou na empresa. Nos principais centros urbanos havia uma central telefônica para servir a população. Tivemos o telex., Nas grandes empresas e redações de jornais e emissoras de rádios tinha sempre aparelhos que ficavam ligados o dia todo recebendo as mensagens.

Com o aperfeiçoamento da telefonia, o Brasil entra na era do fax, ainda usado por alguns. Nesse sistema os documentos são enviados via linha especial de telefone. Agora temos a telefonia celular que tenta sobreviver mesmo sendo ameaçada pela modernidade da Internet. Mas antes ainda apareceu o "Bip" um pequeno aparelho que servia para retransmitir recados de uma central receptora.

Hoje no Brasil é comum crianças e adultos terem seus telefones celulares. Dos166,1 milhões 82.21 existentes 82,21% estão na modalidade pré-paga, enquanto os de mais 17,79% usam o sistema pós-pago. De janeiro a setembro de 2009 foram vendidos 15,4 milhões de telefones móveis, o segundo melhor desempenho, perdendo apenas para o ano passado, quando foram vendidos 19,8 milhões de celulares no mesmo período.

Não deixa de ser uma boa notícia. Sinal de que estamos evoluindo nessa área. Mas nossos governantes devem entender que o trabalhador brasileiro não mata sua fome falando num aparelho de celular. É preciso que tenhamos uma melhor distribuição de renda e mais empregos para dar mais dignidade àqueles que, com força mental ou física contribuiram para que a Nação chegasse a essa modernidade.

(Canindé Pegado é Secretário Geral da União Geral dos Trabalhadores- UGT)"


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