02/10/2009
BANCO DEL SUR: nasceu o Banco do Sul, instituição financeira internacional integrada por Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Boa iniciativa, mas, como sempre, incompleta, já que as ausências de Chile, Colômbia, Peru e as Guianas (principalmente Suriname) mostram as rachaduras políticas de uma região que nunca teve total unidade. Em termos de recursos naturais, a América do Sul é a mais promissora região do mundo, sendo auto-suficiente em produtos fundamentais para a economia mundial. Apesar dessas diferenças pontuais (algumas, provavelmente, a serem superadas através do tempo), a iniciativa é boa e representa um importante passo para o futuro. Tabaré Vásquez, presidente uruguaio presente à cerimônia realizada em 27 de setembro, na Ilha Margarita, citou verso do poeta recém-falecido Mário Benedetti: con su fe veterana/y con su esperanza dura/el sur también existe ..."
A IMPRENSA BRASILEIRA E O CASO DE HONDURAS: o fato de o Brasil ter concedido um status especial ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, está preocupando mais a imprensa brasileira do que as chancelarias mundiais. Aqui, políticos de oposição e a grande imprensa, no geral, tem criticado a atitude brasileira como se ela fosse um intrometimento nas questões internas de país estrangeiro. Não é. Por isso, no passado, grassaram as ditaduras, inclusive no Brasil. O Brasil passou a ser um ator global da política internacional e sua presença no Haiti e, agora, sua posição em Honduras, mostram ao mundo que ele está apto a assumir os desafios de uma potência emergente. O golpe de Estado em Honduras representa um retrocesso na região, constitui um péssimo exemplo e motiva grupos inconformados com a normalidade democrática. É preciso considerar que, na maioria dos países, a democracia é frágil e sujeita a instabilidades (recentemente ocorreram casos parecidos na Venezuela e no Paraguai) e há necessidade de enérgica ação internacional contra os golpistas.
IRRACIONALIDADE: o Brasil ainda é um país cartorial e atrasado. Organizações que desejam se estabelecer no país estão sujeitas às mais disparatadas exigências. É muito comum que exigências absurdas relacionadas com registros, cadastros e outras providências burocráticas, atrasem a instalação de escritórios, empresas, representações e entidades estrangeiras. Várias organizações não-governamentais ou sindicais são sujeitas a uma verdadeira corrida de obstáculos para se instalar no Brasil. Tudo deságua em cartórios oficiais, para os quais a inexistência de uma vírgula significa mais do que o desejo de se estabelecer no país. Está na hora de o Ministério da Justiça fazer um limpa na legislação, modernizar e facilitar a instalação de entidades internacionais no Brasil.
CONSELHÃO: o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão de assessoria do Presidente da República, instituído no início do governo Lula, vem desenvolvendo excepcional trabalho. Não conta com a simpatia da imprensa brasileira e nem de instituições oficiais, as quais o vêem como concorrente. Hoje, mais de cinquenta países possuem os seus Conselhos Sociais. Atualmente, o CDES brasileiro tem pauta intensa, realiza várias reuniões ao mesmo tempo. Como o Governo Lula está na reta final, o Conselho tem aumentado consideravelmente o número de reuniões. A UGT participa do CDES com três membros: Ricardo Patah, Enilson Simões de Moura (Alemão) e Laerte Teixeira da Costa.
UM MILHÃO DE ASSINATURAS: as centrais de trabalhadores do Brasil se comprometeram a ajudar as organizações da sociedade civil e entidades do setor econômico envolvidas com a habitação popular, a fazer a coleta de assinaturas em favor da aprovação da PEC 285-A/2008. A PEC constitui fundo oficial em favor da construção de moradias para a população de baixa renda. "
UGT - União Geral dos Trabalhadores