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O ensino brasileiro e o trabalhador analfabeto


21/08/2009



Pesquisa recente da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego constata que o mercado de trabalho formal brasileiro vem valorizando mais o trabalhador com melhor nível educacional do que aquele com menos instrução. Para se ter uma idéia da realidade, de 2007 para 2008, as oportunidades de emprego caíram 3,9% para os analfabetos
3,2% para os que têm quarta série incompleta
3% para os que completaram a quarta-série. Por outro lado, as oportunidades aumentaram 3% para os que têm ensino médiocompleto
6,2% para aqueles trabalhadores com ensino superior incompletos e 7,4 para os que concluíram curs os universitário.

Uma das bandeiras da UGT (União Geral dos Trabalhadores) é a melhoria do ensino sob todos os aspectos, porque só dessa forma é que trabalhadores e trabalhadoras brasileiros alcançarão melhores postos de trabalho e, conseqüentemente, salários mais compatíveis, o que lhes proporcionarão condições de vida mais dignas. Mas para que isso aconteça é necessário, por parte do Governo, que se proceda a uma completa revolução dos métodos educacionais, porque o existente já provou sua ineficácia. Mudanças essas que vão desde o que se ensina em creches até nas universidades, passando pelos cursos profissionalizantes oferecidos pelas escolas de nível técnico.

Pesquisas comparativas feitas pelo professor Martin Carnoy, da Universidade de Stanford, demonstram que a maior prioridade para o Brasil é a de preparar os professores para o ensino. Isto porque, os melhores docentes brasileiros têm um desempenho abaixo da média de seus colegas dos países desenvolvidos. Portanto, mudanças profundas devem ser feitas. Que o professor seja dotado da qualificação necessária para oferecer ao aluno o aprendizado suficiente para poder disputar o exigente mercado de trabalho. Isso sem querer entrar no problema relacionado a salários. Infelizmente o professor brasileiro é obrigado a lecionar em duas ou mais escolas para a sua sobrevivência e isso lhe tira todo o tempo que deveria ter para realizar pesquisas e ampliar seus conhecimentos.

É preciso avaliar se o tempo em que o aluno permanece dentro de uma sala de aula é o suficiente para a sua formação e, as causas da repetência e do êxodo escolar. De um modo geral, criar mecanismos no sentido de fazer com que o aluno tenha interesse em freqüentar uma sala de aula e que o professor seja motivado a exercer sua função: que é a de educar, que em décadas passada chegou a ser considerado como um verdadeiro sacerdócio".

Da mesma forma que não adianta construir cadeias sem investir no social, não basta construir salas de aulas sem ter profissionais competentes para fazê-las funcionar. Além disso, a UGT tem cobrado dos governantes, mais investimentos nos cursos profissionalizantes. Não se pode manter à margem uma verdadeira legião de trabalhadores que, por falta de alfabetização condizente (obrigação do Estado), sejam submetidos à mais esse tipo de discriminação: a salarial.

(Da: Secretaria Nacional de Divulgação e Comunicação)"


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