14/08/2009
Cerca 20 mil pessoas, segundo os organizadores, participaram na manhã desta sexta-feira (14), na Av. Paulista, região central de São Paulo, da Jornada Nacional Unificada de Lutas". A iniciativa foi da UGT (União Geral dos Trabalhadores) em conjunto com as demais centrais sindicais, movimentos estudantis e sociais e foi realizada nas principais cidades brasileiras. O principal objetivo foi a divulgação das reivindicações da classe trabalhadora, em especial a aprovação, pelo Congresso Nacional, do projeto que prevê a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem a redução de salários.
O líder sindical José Gonzaga da Cruz, Diretor-Executivo da UGT e Vice-Presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, ao falar em nome do presidente Ricardo Patah, lembrou que 'hoje a UGT é a terceira maior central sindical do Brasil que condena esse neoliberalismo que nada tem a ver com os reais interesses dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros". O deputado federal Vicente Paulo da Silva, o "Vicentinho" (PT), relator do projeto das 40 horas, alertou que existe "um grupo de deputados que tem o rabo preso com a classe empresarial que está fazendo de tudo para a não aprovação desse projeto".
A mobilização teve sua concentração a partir das 10h na Praça Osvaldo Cruz e, a seguir ocupou duas faixas da pista sentido bairro-centro. Diversas lideranças discursaram com críticas aos governos federal, estadual e municipal. Entre a multidão, trabalhadores empunhavam cartazes, faixas e balões, todos com mensagens ou frases alusivos ao movimento. A concentração final foi em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo), com um ato político. (leia a seguir o documento com as reivindicações dos trabalhadores).
JORNADA NACIONAL UNIFICADA DE LUTAS
NÃO ÀS DEMISSÕES. PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS. EM DEFESA DOS DIREITOS SOCIAIS.
O Brasil vai às ruas no dia 14 de agosto. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade unidos contra a crise e as demissões , por emprego e melhores salários, pela manutenção dos direitos e pela sua ampliação, pela redução das taxas de juros, na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e urbana e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista mundial, os Estados Unidos da América, e atinge todas as economias.
Lá fora - e também no Brasil-, trilhões e dólares estão sendo torrados para cobrir o rombo nas multinacionais, em um poço sem fim. Mesmo assim, o desemprego se alastra, podendo atingir mais de 50 milhões de trabalhadores.
No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levou à demissão centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.
O Governo Federal, que injetou bilhões de reais na economia para salvar os bancos, as montadoras e as empresas de eletrodomésticos (linha branca), tem a obrigação de exigir a garantia de emprego para a Classe Trabalhadora como contrapartida à ajuda concedida.
O povo não é culpado pela crise. Ela é resultado de um sistema que entra em crise periodicamente e transforma o planeta em uma imensa ciranda financeira, com regras ditadas pelo mercado. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a Classe Trabalhadora pague pela crise.
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego prejudicam os mais pobres. Nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, acelerar a reforma agrária e urbana, ampliar as políticas em habitação, saneamento, educação e saúde e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Com este espírito de unidade e luta, vamos realizar em todo o país grandes mobilizações.
NÃO ÀS DEMISSÕES ! PELA RATIFICAÇÃO DAS (*)CONVENÇÕES 151 E 158 DA OIT!
REDUÇÃO DOS JUROS! FIM DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO! REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS! REFORMA AGRÁRIA E URBANA, JÁ ! FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO ! EM DEFESA DA PETROBRÁS E DAS RIQUEZAS DO PRÉ-SAL! POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA! POR UMA LEGISLAÇÃO QUE PROÍBA AS DEMISSÕES EM MASSA! PELA CONTINUIDADE DA VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO E PELA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL AOS POVOS!
(*) A Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho - OIT regulamenta a negociação coletiva no serviço público, enquanto a Convenção 158 restringe a demissão imotivada de trabalhadores.
ORGANIZADORES:
ENTIDADES DOS MOVIMENTOS POPULARES, SINDICAL E ESTUDANTIL
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UGT - União Geral dos Trabalhadores