06/08/2009
ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL: Paul J. Samuelson, colunista do The Washington Post", reproduzido no Estadão, diz que os Estados Unidos não gostam da expressão "estado de bem estar social", talvez para não confundir com o bem sucedido sistema europeu de proteção social, em geral público. Para Samuelson, as dificuldades das mega-corporações americanas (GM é o mais emblemático exemplo) estão deslocando um sistema de bem-estar fundado todo em termos privados para a esfera publica. Assim, pode ser traduzida a preocupação de Barack Obama em introduzir um novo sistema de saúde, capaz de alcançar as populações pobres. O problema maior é que o Estado Americano não tem mais condições de suportar os seus enormes e continuados déficits públicos (pelas projeções, a dívida federal poderá chegar a 82% do PIB na próxima década).
PERGUNTA: "Estamos vendo o começo de uma recuperação econômica prolongada ou uma falsa aurora? A pergunta é de Alan Greenspan, que, a rigor, deveria entender muito de economia, já que viu todo o avanço daquilo que apropriadamente chamou de "exuberância irracional". Sabemos que há gente importante dos dois lados. Greenspan continua defendendo a tese de que a crise será debelada quando começar a recuperação dos preços dos imóveis nos Estados Unidos, algo como eliminar a causa da crise. Ele escreveu longo artigo para o jornal "Financial Times", reproduzido aqui no Brasil pela Folha de São Paulo. Quando um grande nome da economia, ex-presidente de Federal Reserve (Fed), não sabe o que vai acontecer, está indicando, claramente, que em sua maioria, os palpites não passam de chutes.
O GRANDE CHUTE: por falar em chutes, não se pode esquecer a entrevista concedida ao Estadão pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Vim O'Neil, o criador do "BRIC", expressão que aglutina Brasil, Rússia, Índia e China. Olha o que ele disse: "o Brasil pode crescer até 5% até 2010, a Índia vai crescer perto de 6 % e a China 8% neste ano e 11% no próximo". Um chute que representa uma melodia aos ouvidos dos emergentes, notadamente o Brasil, onde 5% de crescimento representam quase uma revolução econômica.
AMÉRICA LATINA: quais as regiões do mundo que ainda estão por construir/crescer? Resposta mais óbvia: África e América Latina. Depois da normalíssima resposta, a análise mostra que somente a America Latina, em função de suas economias, pode ser o novo palco do crescimento econômico. Indo mais a fundo, nota-se que é a America do Sul, no interior da América Latina, o território mais propenso ao desenvolvimento. A região é auto-suficiente em tudo, mas sempre se caracterizou por ser grande exportadora de produtos agrícolas e matérias primas. O novo palco se desenha a partir de uma locomotiva chamada Brasil. Embora a miopia de alguns vizinhos leve à relutância em aceitar a liderança do Brasil ou a expansão da Unasul (leia-se Venezuela e a Alba), a realidade deverá se impor com o tempo."
UGT - União Geral dos Trabalhadores