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O Mercosul e a União Europeia (UE) retomarão em novembro as negociações para um acordo de livre-comércio, que estavam vinculadas ao resultado da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), disseram ontem em Brasília funcionários brasileiros e espanhóis.

A reunião, em nível técnico, acontecerá em Lisboa durante a primeira semana de novembro, explicou a diretora do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Eliane Fontes.

Ela fez as declarações após se reunir com empresários espanhóis no marco da visita do ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos.

Segundo Eliane Fontes, esse primeiro contato após o fracasso da Rodada de Doha será importante, porque nem o Mercosul nem a UE querem passar uma imagem de frustração" sobre as negociações entre os dois blocos, que se arrastam sem sucesso há mais de seis anos.

A diretora explicou que as maiores dificuldades para um acordo com a UE residem nas exigências que o bloco colocou nas áreas de serviços e industrial.

Ela insistiu em que a UE "deveria ser mais flexível" no setor agrícola, que foi um dos maiores obstáculos tanto nas discussões entre estes dois blocos como na Rodada de Doha, que no ano passado se deu por encerrada sem acordos.

Embora tanto Espanha quanto Brasil apostem nas negociações entre UE e Mercosul, também expressaram sua convicção de que é possível retomar as negociações na OMC, a fim de prosseguir na busca de um acordo multilateral.

"Os acordos multilaterais são muito mais importantes que os bilaterais", afirmou Eliane Fontes, que inclusive disse que o Brasil "teria preferido concluir a Rodada de Doha com um acordo ruim do que sem nenhum". "