27/07/2009
Última pesquisa elaborada pela Fundação COGE (Funcoge) mostra que ocorreram 851 acidentes com profissionais, sendo 15 fatais, em 2008. É preciso mais treinamento, capacitação e fiscalização pelos órgãos competentes", pondera Carlos Reis, presidente do sindicato. Ante a gravidade das estatísticas referentes aos acidentes do trabalho no setor elétrico, o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo tem entre suas principais metas evitar este problema.
De acordo com a última pesquisa realizada em 2008, pela Fundação COGE (Funcoge) nas empresas de transmissão, geração e distribuição de energia elétrica, que reúnem 101.451 funcionários próprios, ocorreram 851 acidentes de trabalho com afastamento, sendo registradas 15 mortes. Essas ocorrências correspondem a 2,33 acidentes por dia.
"Esse número ainda é muito alto, se levarmos em consideração todos os equipamentos de proteção individual e treinamentos que existem à disposição da empresa e do trabalhador. Precisamos verificar se as companhias realmente fazem investimentos na segurança dos seus funcionários", declara o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Carlos Reis.
Segundo o sindicalista, um fator que coloca em risco a segurança dos eletricitários é a sobrecarga de trabalho. "As empresas têm operado com um número muito reduzido de funcionários, em uma área de atendimento grande. Para suprir a demanda de serviço, sobrecarregam os trabalhadores com longas jornadas, o que faz com que muitos deles acabem se descuidando das questões de segurança", alerta.
As ocorrências fatais no setor apresentam três principais causas: origem elétrica, queda e acidente de trânsito. Estas poderiam ser evitadas com procedimentos técnicos de trabalho, como planejamento e supervisão.
"As empresas têm grande responsabilidade sobre a segurança dos funcionários. É sua obrigação orientá-los e fornecer os equipamentos necessários. Porém, os trabalhadores têm que fazer a parte deles, precisam cumprir com as exigências de segurança para que não ocorram acidentes", pondera Carlos Reis.
A pesquisa do Funcoge demonstra que, além dos prejuízos à saúde e os riscos de morte dos funcionários, os acidentes de trabalho acarretam perdas financeiras exorbitantes. Somente em 2008 foram gastos mais de R$ 595 milhões. Esse valor é suficiente para a construção de nove Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH's) de 30 megawatts (MW), ideais para atender à demanda de mais de um milhão de habitantes, ou a construção de 2.127 km de linhas de transmissão, em 230 kV, circuito simples."
UGT - União Geral dos Trabalhadores