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A educação pede socorro - Professores da rede particular seguem sem Convenção Coletiva


15/07/2009



Desde março (data-base da categoria), os professores da rede particular de ensino estão sem Convenção Coletiva de Trabalho e, por tanto, desamparados de um instrumento específico que defenda os direitos da categoria. Segundo o presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Paraná (Sinpropar), Sérgio Gonçalves Lima, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe-PR) não quer sequer garantir 1% de aumento real mais a inflação de 6,25%. De acordo com Lima, a entidade patronal está alegando que as escolas estão passando por um momento de dificuldades financeiras. No entanto, não é isso que os dados e as estatísticas demonstram", salienta Lima.

Cenário econômico - Nos últimos dez anos, enquanto a inflação (INPC) variou 103,06% e os professores receberam um reajuste de 84%, as instituições de ensino aumentaram suas mensalidades em um percentual bem maior. A mensalidade cobrada no ensino superior foi a que mais destoou tanto da inflação quanto do reajuste salarial: subindo 160,59% de 1999 a 2009. Em segundo lugar está o ensino fundamental, que reajustou suas mensalidades em 131,49% nesse período. Após, está o ensino médio, que variou 117,50%. Por último, vem a educação infantil que apresentou um crescimento de 98,10% em suas mensalidades.

Os dados são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e, segundo o presidente do Sinpropar, comprovam que a educação vem sendo prejudicada em nome do aumento dos lucros. "E os professores, como ficam? Ficaram apenas com o reajuste de 84%", questiona o presidente do Sinpropar. "Nossa data-base é em março, mas até então o impasse continua entre o Sinpropar e o Sinepe-PR", destaca Lima.

Por esses e outros motivos é que o Sinpropar afirma que a "Educação Pede Socorro". "Não são apenas os professores os prejudicados, mas sim os alunos, os pais e a sociedade como um todo. Professores desmotivados não atuam em sala de aula com o afinco e a presteza necessária", pondera Sérgio Gonçalves Lima.

Informações adicionais - No Paraná, até o mês de maio deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 4.304 novos trabalhadores estão atuando na área da educação. Nesse período, 14.920 foram admitidos e 10.616 foram desligados, mantendo assim um saldo positivo.

Já de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), também do MTE, o Estado empregou em 2008 mais de 62 mil trabalhadores na área de educação. Sendo eles divididos da seguinte forma: 19.353 na educação infantil
5.449 no ensino médio
24.008 na educação superior
1.766 em cursos técnicos e profissionalizantes
339 em atividades de apoio à educação
11.153 em outras áreas de ensino."


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