03/07/2009
De 35 mil indivíduos atendidos no Mutirão do Coração realizado na capital paulista, por iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde e da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), cerca de 33% receberam avaliação de risco cardíaco considerado elevado.
O mutirão, realizado em parceria com as secretarias municipais de Saúde de São Paulo e de Campinas, consiste em avaliações cardiológicas gratuitas em postos de saúde e hospitais da rede estadual. A iniciativa prossegue até sábado (4/7) com avaliações na capital e no interior paulista.
De acordo com os parâmetros da avaliação realizada, risco cardíaco elevado significa que o paciente tem chances superiores a 20% de sofrer infarto do miocárdio ou óbito, nos próximos cinco anos, por conta de algum tipo de distúrbio cardiovascular", disse Álvaro Avezum, diretor de promoção de saúde cardiovascular da Socesp, à Agência FAPESP.
De acordo com o levantamento, o serviço nas unidades de saúde foi mais procurado pelas mulheres, representando 64% do total de atendimentos, sendo que os riscos mais elevados foram verificados na população com idades entre 35 e 74 anos.
Apesar de um estudo recém-publicado na Revista Panamericana de Salud Pública indicar que mortes por doenças cardiovasculares diminuíram no Brasil entre 1980 e 2003, de 287,3 para 161,9 por 10 mil habitantes, conforme reportagem divulgada na Agência FAPESP, Avezum ressalta que o índice de risco é ainda elevado.
"É possível que essas mortes por doenças cardiovasculares tenham diminuído pontualmente em algumas cidades ou estados específicos, mas, de modo geral, hoje as doenças cardiovasculares ainda são a causa número um de morte e incapacitação em São Paulo e no país, devido sobretudo à falta de detecção e falta de controle sobre os fatores de risco", afirmou Avezum, que é membro da Divisão de Pesquisa do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
O objetivo do mutirão, realizado em 500 postos de saúde no município de São Paulo e em 20 hospitais da rede estadual de saúde, é identificar pacientes com risco cardiovascular e que desconhecem os fatores que podem levar a um infarto ou a um acidente vascular cerebral.
Os pacientes passam por medição de peso, altura, circunferência abdominal e pressão, além de preencherem um questionário sobre seus hábitos de vida. O resultado da avaliação de risco cardiovascular é determinado em baixo, moderado e alto.
O Mutirão do Coração é um projeto piloto da Secretaria da Saúde que deverá ser ampliado no próximo ano para outras cidades do Estado. Ao serem atendidos pelo projeto, que não demanda agendamento prévio, os participantes recebem uma cartilha com orientações sobre fatores de risco cardiovascular como tabagismo, obesidade, hipertensão e colesterol alterado, além de dicas de exercícios físicos e de alimentação saudável. Os pacientes que apresentam risco alto recebem uma carta de encaminhamento para posterior consulta médica.
Mais informações sobre o projeto e sobre os endereços das unidades participantes: www.mutiraodocoracao.sp.gov.br
Por Thiago Romero / Agência FAPESP"
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