29/06/2009
A UGT (União Geral dos Trabalhadores) entregou, no início da noite de segunda-feira(29), na Embaixada de Honduras, uma Carta Aberta em sinal de protesto contra o golpe militar em Honduras que culminou com o sequestro de seu presidente Manuel Zelaya, na madrugada de domingo (28). O documento, assinado pelo presidente Ricardo Patah e os presidentes de outras três centrais sindicais brasileiras, além de organizações e movimentos sociais, repudia a ação anti-democrática ao mesmo tempo em que se solidariza com a população hondurenha que aspirava viver numa Nação democrática.
No documento, as centrais sindicais brasileiras lamentam o ocorrido, salientando que a população hondurenha iria ratificar, através de plebiscito, a decisão contra o retorno das oligarquias ditatoriais ao poder. Repudiamos essas iniciativas porque vão contra os princípios democráticos, uma conquista que teve apoio irrestrito das classes trabalhadoras daquele país", disse Ricardo Patah, um dos signatários da carta. Para direção nacional da UGT, a vitória do presidente Manuel Zelaya foi uma conquista legítima oriunda de uma mobilização social e do fortalecimento dos trabalhadores e trabalhadoras de Honduras. Leia abaixo o teor da Carta Aberta protocolada na Embaixada de Honduras
CARTA ABERTA À EMBAIXADA DE HONDURAS E À SOCIEDADE
Brasília, Brasil - 29 de junho de 2009.
É com o sentimento de indignação que nós, organizações e movimentos sociais do Brasil abaixo-assinados, recebemos a notícia de que o povo hondurenho sofreu um golpe militar a partir do seqüestro do seu Presidente Manuel Zelaya na madrugada do último dia 28.
Repudiamos veementemente tal ato, pois atenta contra ao processo democrático em curso naquele país, construído à custa de muitas lutas sociais e populares por trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade que n edificação da democracia Hondurenha tombaram e tiveram suas vidas ceifadas.
A vitória do Presidente Manuel Zelaya é uma conquista de toda uma mobilização social e do fortalecimento dos trabalhadores e trabalhadoras daquele país
além disso, o fortalecimento de um governo que leva em consideração as necessidades sociais do povo.
O povo latino-americano vem assistindo e participando do processo de reconhecimento dos seus direitos, com governos progressistas e que junto com as organizações sociais vem construindo processos internacionais e continental de solidariedade.
Em decisão soberana, a população hondurenha iria ratificar através de plebiscito a decisão contra o retorno das oligarquias ditatoriais ao poder. Como resposta a esse processo popular, essas oligarquias golpearam duramente tal processo democrático em curso, tentando imobilizar o povo.
Esse golpe militar rescende nossa memória sobre as décadas de ditadura iniciada na década de 60 em toda América Latina. É essa memória de lutas e resistência que nos leva a reforçar e apoiar a luta do povo Hondurenho e exigir:
1 - A volta imediata do presidente Manuel Zelaya ao comando do país
2 - O restabelecimento da ordem constitucional, sem o derramamento de sangue e sem repressão à população de Honduras, que exige o retorno à democracia
3 - Que seja respeitada a integridade física das lideranças sociais, inclusive a de Rafael Alegria - dirigente internacional da Via Campesina
4 - Que as autoridades garantam em pleno exercício democrático a consulta popular, como forma de livre expressão.
Reafirmamos nossa solidariedade ao povo hondurenho, ao presidente Manuel Zelaya e às organizações e movimentos sociais que levam a cabo - e seguirão levando - as decisões soberanas do povo hondurenho e condenamos veementemente essa ação antidemocrática.
UGT - União Geral dos Trabalhadores
Via Campesina
MST -Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
CUT - Central Única dos Trabalhadores
MMM - Marcha Mundial das Mulheres
UNE - União Nacional dos Estudantes
CEBRAPAZ
Força Sindical
PSOL - Partido Social e Liberdade
CTB - Central dos Trabalhadores do Brasil
CSA - Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas
Consulta Popular"
UGT - União Geral dos Trabalhadores