16/09/2019
O Magazine Luiza finca bandeira no Norte do País nesta segunda-feira, 16, com a inauguração de 19 das 50 lojas programadas para funcionar no Pará até o fim de outubro. Ao todo, a companhia está investindo R$ 60 milhões para abrir unidades espalhadas por 34 municípios do Estado, além de um centro de distribuição localizado na região metropolitana de Belém.
A expansão para o Norte faz parte da estratégia de aumento de capilaridade do Magazine Luiza, que inaugurou sua milésima loja no final de agosto. Para o ano que vem, só no Distrito Federal, estão previstas 15 novas lojas.
Segundo Fabrício Garcia, vice-presidente do Magazine Luiza, neste ano a empresa decidiu entrar no Pará e em Mato Grosso por causa do potencial de consumo desses Estados. Em Mato Grosso já foram abertas quatro lojas e um centro de distribuição e a intenção é fechar o ano com 20 pontos de venda. Os investimentos somaram R$ 25 milhões no Estado.
"Para 2020, estamos pensando em reforçar essa expansão no Pará e Mato Grosso", disse. No ano que vem, a intenção é inaugurar entre 20 e 30 lojas no Pará e mais um centro de distribuição em Marabá, sudeste do Estado. Em Mato Grosso, a perspectiva é ter mais de 25 a 30 lojas.
Claudia Bittencourt, diretora-geral do Grupo Bittencourt, consultoria especializada em varejo, calcula que a Região Norte tem potencial de consumo de móveis e eletrodomésticos de R$ 11,02 bilhões, com 44% disso apenas no Pará. "O potencial de consumo da Região Norte está muito próximo do potencial da Região Centro-Oeste”, observa a consultora, que usou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a projeção.
Na avaliação do presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o potencial de consumo dessas regiões decorre da brecha aberta pelo enfraquecimento de redes regionais. Além dos entraves para obter recursos destinados a financiamento ao consumidor, as redes menores têm dificuldade de avançar em soluções digitais.
Terra também lembra que a maior varejista em faturamento, a Via Varejo, neste momento está focada em sua reestruturação, e a terceira companhia do setor, a Máquina de Vendas, das redes Ricardo Eletro, Salfer, Insinuante, Eletro Shopping e City Lar, passa por recuperação extrajudicial. “Tem uma janela aberta aí e o Magazine está surfando na tempestade perfeita”, afirma.
Capilaridade
Com a chegada ao Pará, em cidades com mais 50 mil habitantes, o Magazine amplia sua penetração no País e reforça o modelo digital num momento que a Amazon, a gigante americana do comércio online, faz uma investida agressiva para conquistar consumidores brasileiros, com o lançamento do Amazon Prime na semana passada.
“O Norte é uma região complexa geograficamente: tem muita floresta, muito rio. Há lugares em que só é possível chegar de avião ou de barco e, por isso, temos de montar uma operação de logística para atender a todas as cidades”, explica Garcia.
Ele ressalta que todas as lojas novas seguem o modelo da companhia no qual há um minicentro de distribuição acoplado. Isso agiliza a entrega das vendas online, encurtando as distâncias e o tempo de entrega. A previsão é que o tempo médio de entrega seja reduzido a um décimo do que é hoje. A empresa não revela a média em dias.
Sustentabilidade
A chegada do Magazine Luiza ao Pará acontece em meio às queimadas na Amazônia, que motivaram a companhia a oferecer equipamentos à Secretaria Estadual de Meio Ambiente para ajudar no combate aos focos. Foram requisitados quatro picapes, dois drones, seis aparelhos de localização por GPS, seis impressoras e seis tablets, que ainda não foram entregues.
A empresa também está ajustando o processo de análise dos seus fornecedores para garantir que eles tenham práticas éticas. Segundo a gerente de reputação do Magazine, Ana Luiza Herzog, até o momento, nenhum fornecedor foi descredenciado e tudo indica que não haverá problemas. "Mas a cadeia é grande, então estamos em processo de refazer essa matriz de risco de fornecedores", diz.
Essa iniciativa faz parte de um conjunto de medidas que o Magazine Luiza está tomando para conseguir o selo do Sistema B, um movimento mundial de empresas que busca disseminar valores sustentáveis. Por enquanto, entre as brasileiras de capital aberto, só a Natura possui a certificação.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores