05/09/2019
Já está em operação na capital um serviço de transporte por aplicativo direcionado exclusivamente a idosos, o Eu Vô. A principal diferença é que, para utilizá-lo, o passageiro precisa se cadastrar pela internet para ter atendimento personalizado. O serviço foi homologado pela prefeitura.
Criado pelos irmãos Victória e Gabriel Barboza, o app já vem sendo testado em São Carlos (232 km de SP) desde outubro do ano passado. O principal diferençal é o serviço porta a porta. Ou seja, o motorista busca o passageiro na porta e, após a corrida, leva até a porta do destino.
“Se precisar, faz o serviço de secretário. Ele pode acompanhar nas compras no supermercado ou shopping. Pode acompanhar em uma consulta e fazer anotações”, afirmou Victória.
Por isso, para ser admitido como motorista do Eu Vô, o interessado precisa passar por treinamento. Ao menos 43 motoristas já estão prontos para prestar o serviço na capital, enquanto outros 1.500 começariam a ser treinados.
Em um primeiro momento, o serviço vai funcionar nos limites do centro expandido da capital e com agendamento de três horas de antecedência. O objetivo é atender um público-alvo estimado em 1,8 milhão de idosos em São Paulo.
A outra vantagem para o usuário é o custo. “Cobramos um pouco a mais que um Uber, porque o serviço é porta a porta. Mas é um valor competitivo, como o de um táxi comum”, afirmou Victória.
A ideia de criar o app, explicou ela, surgiu pela experiência com a própria mãe, diagnosticada com esclerose múltipla há 27 anos. “Com o tempo, ela foi perdendo autonomia e não conseguia mais dirigir. Na convivência do dia a dia, fomos vendo a necessidade de um serviço deste tipo. Começamos dirigindo nossos próprios carros”, contou.
Dica
“Tem de gostar de lidar com idosos e paciência como se estivesse lidando com seus pais.” O ensinamento de Cecília Bollini, 44 anos, vale como dica aos interessados em disputar vaga de motorista do Eu Vô.
Devido a uma mudança de cidade —de São Roque (66 km de SP) para São Carlos (232 km de SP)—, ela se viu obrigada a trocar de profissão.
Ela aproveitou a chance de unir o útil ao agradável. “Não encontrei campo de trabalho aqui. Então, como gosto de trabalhar com idosos, passei a prestar este tipo de serviço”, conta.
Além disso, precisa saber ouvir. “Muitos deles aproveitam para fazer um desabafo, para conversar. São pessoas muito carentes. E escutá-los é tudo o que eles precisam”, ensina.
Serviço
Como é o Eu Vô
Como são os demais aplicativos de transporte
Fonte: AGORA
UGT - União Geral dos Trabalhadores