09/06/2009
A UGT Rio Grande do Norte (UGT-RN) se organiza de forma acelerada a partir do Sindicato dos Padeiros do Rio Grande do Norte para ecoar aqui na região e, ao mesmo tempo, apoiar as grandes decisões estratégicas que a UGT nacional vem adotando no Brasil a favor da recuperação do emprego e da valorização do salário dos trabalhadores.
Para se ter uma idéia de nossa atividade regional, o Sindicato dos Padeiros acaba de fechar um acordo que será, com certeza, referência regional e nacional. Conseguimos um reajuste de 10%, ou seja, com um aumento real superior a 4% e um piso salarial de R$ 720,00, que nos coloca em condições de igualdade com as mais combativas categorias nacionais.
Não poderia ser diferente. Os trabalhadores do Rio Grande do Norte têm grande tradição de mobilização. As origens do sindicalismo aqui se deram em torno da luta por melhorias salariais e das condições de trabalho, como de resto aconteceu em todo o Brasil.
É importante ressaltar os detalhes de nossa história de mobilização e lutas pois com a nossa participação, através da UGT, do movimento nacional de mobilização da classe trabalhadora brasileira, é importante que nossos companheiros e companheiras tenham nossa história de lutas como referência.
Os sindicatos no Rio Grande do Norte surgiram como sociedades mutualistas que tinham como objetivo dar assistência à família do trabalhador em caso de doença ou morte. Elas começaram a surgir logo que se iniciou o processo de industrialização com trabalhadores pouco especializados e com maquinário de nível tecnológico baixo, em meados da década de 1910. Entre 1920 e 1930 surgem as associações profissionais de padeiros, pintores, carpinteiros, engraxates, lavadeiras e engomadeiras.
No interior, a capital do Oeste ganha em 1921, a 'Liga Operária de Mossoró'
nas outras cidades surgem a Liga Artística-Operária de São José, em Macaíba
em Touros é fundado Centro Operário Tourense e a Liga Artístico-Operário Caicoense, em Caicó.
Foi em Mossoró que se realizou um dos movimentos sindicais mais marcantes da história do RN, o Sindicato do Garrancho. Eram os anos 1930 e o governo Vargas havia promulgado a lei de sindicalização e os trabalhadores da indústria salineira acreditavam que poderiam criar uma entidade para lutar pelos seus direitos: o Sindicato do Garrancho.
É essa tradição de luta que agora se integra à UGT Nacional. E chegamos fortes na defesa intransigente de um sindicalismo cidadão, ético e inovador.
Um sindicalismo cidadão porque o sindicato, atualmente, vai muito além da fábrica, da padaria e da loja. Organizamos e mobilizamos aonde o cidadão está. Ou seja, vamos até os seus locais de moradia para participar de suas lutas a favor de mais educação, mais saúde e qualidade de vida.
Um sindicalismo ético porque a classe trabalhadora brasileira se cansou de pagar os custos da falta de seriedade no trato das coisas públicas e ter uma referência ética é essencial para referendar as novas organizações sociais que participam do grande movimento da UGT a favor de um novo Brasil.
Além disso, a UGT-RN defende e participa do sindicalismo inovador porque estamos em pleno Século 21, e temos consciência histórica de que é a hora de inovar e revolucionar as antigas estruturas sociais, com a inclusão social e distribuição de renda.
Assim como a UGT Nacional, a UGT-RN continuará a ocupar os espaços de construção de um Brasil mais justo, mais democrático, mais igualitário. Em que os trabalhadores terão, cada vez, mais voz ativa e participação direta.
João Maria Pereira dos Santos, vice-presidente da UGT-RN
UGT - União Geral dos Trabalhadores