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Depois de quase 50 anos OEA reintegra Cuba


04/06/2009



Da:Secretaria de Divulgação e Comunicação da UGT

A decisão da OEA (Organização dos Estados Americanos), na 39ª Assembléia Geral, realizada em San Pedro Sula, Honduras, de anular o ato que suspendeu Cuba, em 1962, demonstra uma decisão sensata e madura dos seus 34 representantes de países-membros. Até porque, a suspensão do governo socialista ocorrida durante a chamada Guerra Fria foi, a meu ver uma medida arbitrária porque acreditavam,na época, que a ilha representava uma ameaça para a paz do continente americano, por estar aliada a então URSS( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Mas isso foi há quase meio século. Hoje temos como exemplo a China, com toda a sua potência, mesmo sendo ideologicamente idêntica a republica cubana.

Muito embora a iniciativa histórica da OEA não represente o ingresso imediato de Cuba em suas fileiras, acredito que já é um bom sinal.Talvez seja uma janela aberta para facilitar os entendimentos entre as partes, visando o retorno definitivo da ilha governada pelo socialista Rui Castro, ao lugar onde ocupava até o início da década de 60 . Significa também o reconhecimento, por parte daquelas nações que aprovaram a medida, da importância de Cuba no tocante a sua posição sócio-econômica e a contribuição que poderá oferecer para o aprimoramento das relações diplomáticas internacionais.

Cuba é uma ilha um pouco maior que o Estado do Paraná, localizada na América Central, com uma área territorial de 110.922 km² e população de 11,2 milhões de habitantes. O seu forte é a política da saúde, registrando uma taxa de mortalidade infantil de 9 por cada mil nascimentos e a taxa de analfabetismo é de 3,6%. Sua forma de governo é o regime de partido único com o PCC(Partido Comunista Cubano). Sua economia é calcada na agricultura, destacando-se como grande produtor de cana-de-açúcar, além de tabaco, arroz, banana e frutas cítricas. Na mineração produz níquel, colbato, cobre e cromita. Os principais parceiros de Cuba são a Federação Russa, Alemanha, China e República Tcheca. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto é 2,5% ao ano e a renda per capita oscila entre 761 e 3.030 dólares (dados de 1997).

Os atritos diplomáticos com os Estados Unidos começaram em 1959 com a investida no poder do então estudante de Direito Fidel Alejandro Castro Ruz que, unido ao guerrilheiro argentino, que vivia no México, Ernesto Guevara Lynch de la Serna, fundaram o movimento revolucionário. Já no poder, o popular Fidel Castro iniciou uma série de reformas, começando pela agrária, desapropriando áreas que estavam nas mãos de grupos americanos Teve problemas com as multinacionais norte-americanas Texaco e Esso e com a inglesa Shell as quais acabaram sendo nacionalizadas pelo presidente Fidel Castro. Foi o suficiente para que o presidente Eisenhower, dos EUA reduzisse em 700 mil toneladas a cota de importação de açúcar cubano. Era o começo de uma perseguição que duraria décadas.

As recentes informações dão conta de que Fidel Castro, mesmo fora do poder, vem se manifestando a respeito dessa iniciativa da OEA, deixando claro de que Cuba não terá representante nessa entidade que congrega todos os países americanos. Aceitando ou não essa medida, o importante é que, decorridos quase meio século, a OEA repara um grave erro cometido no passado. Isso foi apenas um ponto de partida. É preciso, que a partir de agora, as lideranças dos países-membros, ou seja, esses mesmos 34 que propuseram a reintegração de Cuba, sentem-se na mesa de negociações junto com o presidente cubano para eliminar as arestas ainda existentes e, concretizar na prática a volta de Cuba como o 35º membro da OEA. E que isso também signifique um passo a mais no levantamento e eliminação definitiva do embargo econômico imposto a ilha.

Marcos Afonso de Oliveira é Secretário de Divulgação e Comunicação da UGT


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