25/05/2009
A última avaliação médica dos funcionários da Ecovia constatou que um grande número de funcionários estava com sobrepeso. Mais de 55% não se alimentavam adequadamente e 30% teriam de melhorar a dieta. Para minimizar o problema, a empresa decidiu acompanhar de perto os hábitos de vida de seus colaboradores.
Hoje, todos recebem orientação nutricional e fisioterápica, que não fica apenas no discurso. Uma nutricionista acompanha de dentro do refeitório a montagem do prato de cada um. No fim do ano, uma nova avaliação será realizada para saber se as medidas que estamos tomando surtiram efeito, mas já podemos sentir a diferença. Muitos funcionários estão mais conscientes e mudaram os seus hábitos alimentares em casa também", conta a coordenadora de recursos humanos, Adriana Vasconcellos.
Assim como a Ecovia, várias empresas estão investindo em programas de saúde para melhorar a qualidade de vida de seus funcionários. A preocupação não é à toa. De acordo com o Mapa da Saúde do Brasileiro divulgado no ano passado, Curitiba é a sétima capital brasileira com o maior número de obesos e a sexta na quantidade de pessoas acima do peso - quase 14% da população têm obesidade e 44,9% estão acima do peso.
A alimentação inadequada e a falta de atividade física estão entre as responsáveis por esse quadro. Segundo a mesma pesquisa, apenas 17% dos curitibanos consomem as quantidades recomendadas de frutas, hortaliças e verduras, e 27,7% dos entrevistados em Curitiba foram considerados sedentários.
Primeiro passo
A avaliação de cada funcionário é o primeiro passo para descobrir como anda a saúde do ambiente de trabalho. A Paraná Clínicas faz o mapeamento da saúde dos colaboradores de diversas empresas associadas - por meio de exames de laboratório e de um questionário. "O nosso objetivo principal é mapear os riscos cardiovasculares dos funcionários", explica a médica Deslimara Oldenburg Brito, gerente de risco da Paraná Clínicas. "Mas também avaliamos o estilo de vida de cada um. De acordo com as necessidades, os colaboradores participam de ações educacionais e em casos mais sérios, são encaminhados para a consulta com os nossos especialistas."
De acordo com o professor de Educação Física da Universidade Positivo Jackson Silva, coordenador do Nissan Team - programa de caminhada, corrida e triathlon implantado pela fábrica de automóveis - ao dar mais atenção ao estilo de vida dos funcionários, todos saem ganhando. "A atividade física eleva a autoestima, aumenta a imunidade, melhora a disposição, diminui o estresse e consequentemente as dores no corpo. Para a empresa, isso é muito importante, pois o número de faltas relacionadas a doenças diminui, a produtividade aumenta e as relações pessoas melhoram", explica.
O superintendente da Amil, André Madureira, concorda. "Os nossos colaboradores encaram o programa de corrida implantado na empresa como mais um benefício. Eles não precisam pagar uma academia para praticar atividade física e ainda são acompanhados semanalmente pelos assessores esportivos da Trainer. Sentimos de imediato uma melhora na comunicação entre os departamentos. O clima de trabalho melhorou muito. O programa deu tão certo na empresa que decidimos expandi-lo para os nossos clientes", conta.
Mudança de vida
O gestor comercial da Amil Rui Eduardo Thieme, 47 anos, treina desde 2007 e conta que nunca imaginou que conseguiria correr depois dos 45 anos. "Comecei caminhando, mas depois de três meses tomei gosto pela coisa. Hoje treino três vezes por semana e participo das corridas de rua. Os meus índices de colesterol, que estavam altos, se regularizaram e me sinto com muito mais energia", conta.
Alzenira Pereira Souza, 59 anos, responsável pela montagem de equipamentos da empresa Arteche, também viu a sua vida mudar depois que aderiu ao programa de nutrição promovido pela Exal, empresa do ramo de alimentação responsável pela administração de restaurantes em empresas. "Parei de comer tudo o que eu via pela frente e incluí verduras, frutas e fibras e carnes grelhadas na minha dieta. Já emagreci cinco quilos e me sinto mais animada e menos ansiosa", conta.
O idealizador do programa da Exal, o nutricionista e diretor de marketing Flávio Charles dos Santos, explica que todos os colaboradores são avaliados para se descobrir o índice de qualidade de vida de cada um e são divididos em grupos, de acordo com os problemas que apresentaram: sobrepeso, hipertensão e diabetes. "A partir dessa divisão, realizamos ações isoladas de conscientização. No restaurante, os alimentos também são divididos em grupos, para facilitar a montagem de um prato equilibrado", explica. A empresa ainda oferece o prato Exalight, com até 25% a menos de calorias. Cerca de 4 mil funcionários já foram avaliados e participam do programa.
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UGT - União Geral dos Trabalhadores