27/05/2019
Segundo a proposta da FCA, a montadora ítalo-americana seria dona de 50% das açõese o restante seria de propriedade da Renault. As ações teriam cotações nas bolsas de Nova York e Milão, explicou a Fiat Chrysler em um comunicado.
Após reunião ainda nesta segunda, o Conselho Administrativo da Renault decidiu estudar "com interesse" a proposta. "Depois de ter revisado atenciosamente os termos desta proposição amistosa, o Conselho Administrativo da Renault decidiu estudar com interesse a oportunidade desta aproximação, que reforça a marca industrial do Grupo Renault e gera valor adicional para a aliança", afirmou o grupo em nota.
A empresa comunicou que dará mais informação sobre as conversas "quando chegar o momento de informar ao mercado sobre os resultados", de acordo com as leis e regulamentos correspondentes.
Segundo a FCA, a fusão criaria o terceiro maior grupo automobilístico do mundo, com vendas anuais de 8,7 milhões de veículos e "uma forte presença em regiões e segmentos chave". A fusão não provocaria o fechamento de fábricas, afirmou a companhia.
As ações dos dois grupos operavam em alta após o anúncio. O título da FCA chegou a registrar avanço de 18% na Bolsa de Milão, antes de recuar para 14,30%, a € 13,094. A ação da Renault subia 13,65%, a € 56,81.
O governo francês é favorável à aliança, mas "é necessário que as condições da fusão sejam favoráveis ao desenvolvimento econômico da Renault e evidentemente aos funcionários da Renault", afirmou a porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiaye.
O vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, líder da Liga, qualificou a operação como "brilhante". "Se a Fiat cresce, esta é uma boa notícia", afirmou.
A Fiat Chrysler indicou que a linha de produção das duas empresas é "ampla e complementar, e daria uma cobertura completa ao mercado, do segmento de luxo até o voltado para o grande público.
FCA e Renault produzem automóveis de nível intermediário e populares, o que significa que poderiam compartilhar os avanços tecnológicos, afirmam analistas.
A Renault poderia contribuir com sua tecnologia para o desenvolvimento de motores elétricos, enquanto a Fiat Chrysler entraria com sua conta no mercado americano e seus veículos 4x4 e picapes. / AFP e EFE
Renault: € 17 bilhões
FCA: € 19 bilhões
Total: € 36 bilhões
Renault: € 57,4 bilhões em 2018
FCA: € 110 bilhões
Total: € 167,4 bilhões
Renault: 3,9 milhões de veículos vendidos em 2018
FCA: 4,8 milhões
Total: 8,7 milhões
Renault: € 3,4 bilhões em 2018
FCA: € 3,6 bilhões
Total: € 7 bilhões
Renault: € 3,6 bilhões em 2018
FCA: € 4,1 bilhões
Total: € 7,7 bilhões
Renault: 6,3% do volume de negócios
FCA: 3,7%
Renault: € 930 por veículo
FCA: € 848 por veículo
Do grupo Renault: Renault, Dacia, Alpine, Lada e Samsung Motors
Da FCA: Fiat, Chrysler, Alfa Romeo, Jeep, Abarth, Lancia, Maserati, Dodge e Ram
(Fontes: fabricantes e Center Automotive Research)
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