14/05/2009
Um relatório divulgado esta semana pelo Pew Hispanic Center, nos Estados Unidos, destaca que o número de filhos de imigrantes em situação irregular nascidos nos país aumentou de 2,7 milhões em 2003 para 4 milhões em 2008.
A constatação do estudo, considerado por jornais americanos como a investigação mais completa sobre imigração ilegal já realizada no país, pode fomentar a polêmica em torno das regras de imigração nos EUA, uma vez que qualquer criança nascida nos Estados Unidos tem direito à cidadania americana.
Os resultados complicam a dificuldade já existente de criar políticas para lidar com esta população. Se podemos encaixar pessoas em categorias como 'legal' ou 'ilegal', o mesmo não pode ser feito com famílias", disse Jeffery Passel, um dos autores do estudo.
O relatório Um retrato dos imigrantes não autorizados nos Estados Unidos apontou que a expansão no número de nascimentos se deve, entre outros motivos, ao fato de que a maioria dos imigrantes ilegais é considerada jovem em comparação com a população americana em geral, e tem mais tendência de se casar e ter filhos.
A sondagem, que analisou estatísticas do censo de março de 2008, mostrou que 47% dos lares ocupados por imigrantes ilegais são formados por casais com crianças, um índice superior aos 35% de domicílios ocupados por imigrantes legais com filhos e 21% no caso das residências de casais americanos com crianças.
Outro destaque do trabalho sugere que o índice de pobreza entre filhos de imigrantes ilegais é quase duas vezes maior do que entre os filhos de imigrantes regulares e três vezes maior do que entre filhos de cidadãos americanos.
Ocupação geográfica
Atualmente há 11,9 milhões de imigrantes ilegais no país, segundo estimativas do centro de pesquisa - 10,4 milhões de adultos e 1,5 milhão de crianças nascidas em seus países de origem. Eles compõem 4% do total da população americana e 5,4% da força de trabalho.
O Pew Hispanic Center ainda mostrou que cerca de 76% dos imigrantes irregulares são de procedência hispânica, sendo que a maioria, 59%, são mexicanos. Os sul-americanos respondem por 7% do total de imigrantes irregulares.
A ocupação geográfica da população imigratória sem documentação também foi outro destaque do relatório.
Segundo o estudo, a entrada de imigrantes ilegais nos Estados considerados historicamente como as destinações preferidas dos estrangeiros diminuiu nos últimos anos.
Apesar de Estados como Califórnia, Flórida, Illinois e Nova Jérsei continuarem atraindo imigrantes sem documentação, outras federações, como Geórgia e Norte Carolina, passaram a acolher grande número de estrangeiros.
A Califórnia continua sendo o Estado que mais abriga ilegais (2,7 milhões).
Os estudo foi divulgado em meio à polêmica sobre a informação, divulgada na semana passada pelo jornal americano The New York Times, de que o presidente Barack Obama quer relançar, ainda este ano, as discussões sobre a reforma nas leis de imigração.
Segundo o jornal, uma nova legislação poderia abrir caminho para a legalização de quase 12 milhões de imigrantes ilegais.
A reforma da lei de imigração é uma das promessas de campanha de Obama, mas críticos dizem que o lançamento do debate este ano pode ser prejudicial para o presidente, em um ano em que ele deveria ter como prioridade combater a crise financeira que assola o país."
UGT - União Geral dos Trabalhadores