15/04/2019
Os analistas das instituições financeiras baixaram, pela sétima vez seguida, a estimativa para o crescimento da economia neste ano e também voltaram a prever que a inflação ficará acima da marca dos 4% em 2019.
As previsões constam no boletim de mercado, também conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC). O relatório é resultado de levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.
Para 2019, os economistas do mercado financeiro elevaram a expectativa de inflação de 3,90% para 4,06%. Foi o segundo aumento seguido do indicador. A meta central deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.
Com a alta, a previsão do mercado financeiro para o IPCA deste ano voltou a superar a marca dos 4% - algo que não acontecia desde o início de fevereiro deste ano.
O aumento aconteceu após a divulgação do IPCA de março, que veio mais alto, acima da previsão dos economistas do mercado. A inflação somou 0,75% no mês passado, a maior taxa para março desde 2015.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2020, o mercado financeiro manteve em 4% a estimativa de inflação – em linha com a meta central, de 4% para o próximo ano. No ano que vem, a meta terá sido oficialmente cumprida se a inflação oscilar entre 2,5% e 5,5%.
Produto Interno Bruto
Para o crescimento do PIB deste ano, a previsão do mercado financeiro recuou de 1,97% para 1,95% na semana passada. Foi a sétima queda seguida do indicador.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Na semana passada, o próprio Banco Central estimou uma expansão de 2% para a economia brasileira neste ano. Na última revisão do orçamento deste ano, o Ministério da Economia projetou um crescimento de 2,2% para 2019.
O início das revisões para baixo na expectativa de crescimento do mercado financeiro para o PIB deste ano começou após a divulgação do resultado do ano passado – quando a economia avançou 1,1%.
Para o ano que vem, a expectativa do mercado financeiro para expansão da economia recuou de 2,70% para 2,58%. Nesse caso, foi a quarta queda seguida do indicador.
Os economistas dos bancos não alteraram a previsão de expansão da economia para 2021 e para 2022 – que continuou em 2,5% para os dois anos.
Outras estimativas
Taxa de juros - O mercado manteve em 6,5% ao ano a previsão para a taxa Selic no fim de 2019. Atualmente, o juro básico da economia está neste patamar. Com isso, o mercado segue prevendo juros estáveis neste ano. Para o fim de 2020, a previsão continuou em 7,5% ao ano. Deste modo, os analistas continuam prevendo alta dos juros no ano que vem.
Dólar - A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 permaneceu estável em R$ 3,70 por dólar. Para o fechamento de 2020, subiu de R$ 3,75 para R$ 3,78 por dólar.
Balança comercial - Para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2019 recuou de US$ 50,28 bilhões para US$ 50,14 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit permaneceu estável em US$ 46 bilhões.
Investimento estrangeiro - A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2019, subiu de US$ 81,89 bilhões para US$ 82 bilhões. Para 2020, a estimativa dos analistas avançou de US$ 83,38 bilhões para US$ 84,36 bilhões.
Fonte: G1
UGT - União Geral dos Trabalhadores