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UGT debate impactos da reforma da Previdência para a mulher


29/03/2019

A Secretaria da Mulher da União Geral dos Trabalhadores (UGT) promoveu, na quinta-feira, 28, ainda em celebração ao mês da mulher, uma roda de conversa sobre os impactos da reforma da Previdência para as mulheres.

 

Recepcionados por Regina Pessoti Zagretti, secretária da Mulher da UGT, participaram do debate representantes do Sindminérios de Santos, Sinsaúde de Campinas, Fecomerciários, Sindiapi e Simeaco-SP.

 

Da UGT, participaram Cássia Bufelli, secretária adjunta da Mulher; Josi Camargo, secretária de Formação; Erledes Elias da Silveira, coordenador da Secretaria de Organização e Políticas Sindicais; e Joyce Ribeiro, assessora da Secretaria da Mulher e organizadora do evento.

 

Na ocasião, José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos), explicou que a reforma da Previdência “afeta quem já se aposentou, quem está trabalhando e quem ainda vai entrar no mercado de trabalho”, ou seja, todo mundo. “É uma completa transformação nos fundamentos da Seguridade Social, pois substitui os princípios da solidariedade, da universalidade, do provimento público de proteção social, baseado no individualismo e transferindo o fundo público para o sistema financeiro privado”, disse Silvestre.

 

Ainda segundo o coordenador do Dieese, o maior problema para a mulher é o tempo de contribuição que, pela proposta de reforma apresentada pelo governo, passaria de 15 para 20 anos.

 

Silvestre chamou a atenção para uma pesquisa do Pnad, de 2017, cujos dados informam que 47% das mulheres inseridas no mercado de trabalho naquele ano não possuíam registro em carteira, o que dificulta a contribuição previdenciária. Sem falar na chamada jornada dupla: mulheres ocupadas dedicam, em média, 17,3 horas semanais à realização de afazeres domésticos, contra apenas 8,5 horas semanais por parte dos homens.

 

O site do Dieese disponibiliza uma calculadora que simula quanto tempo você deverá trabalhar para se aposentar com valor integral, para atingir a idade mínima ou para atingir o tempo mínimo de contribuição, comparando a lei atual da Previdência e as novas regras da PEC 06/2019.

 

Para calcular, acesse https://www.dieese.org.br/calculadoraReformaPrevidencia.html.

 

Na sequência, Helen Silvestre, assessora do Instituto de Altos Estudos (IAE) da UGT, reforçou que a proposta de reforma do governo não considera metade da população, formada por trabalhadores que estão na informalidade, e afirmou que “quem pagará pela transição dessa reforma será a sociedade”.

 

Helen apresentou a proposta de reforma sugerida pela UGT e entregue ao governo, cujo principal ponto é um regime público único de Previdência, igualitário para todos os brasileiros. Assim, quem quiser uma aposentadoria maior do que o limite fixado tem a alternativa de participar de um fundo complementar, a ser instituído sem recursos públicos. 

 




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