25/03/2019
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que formam um conjunto de metas a serem cumpridas até 2030 pelos 193 países das Nações Unidas (ONU). Apesar de ser um objetivo específico na agenda mundial, a igualdade de gênero é um tema transversal que não se restringe às mulheres.
O Objetivo 5, sobre igualdade de gênero, tem 14 indicadores, mas existem outros 40 com dados desagregados por sexo nos outros ODS, mostrando que um mundo mais sustentável passa, necessariamente, pelas questões de gênero. No Brasil, é o IBGE que articula a construção desses indicadores e consolida todos eles na Plataforma ODS Brasil, onde estão disponíveis os estágios das metas no país.
A coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE, Barbara Cobo, é a responsável pelo ODS 5 no instituto e diz que os dados ajudam a desmistificar o assunto: “parece que tudo que está relacionado a gênero tem sido objeto de opinião, às vezes sem fundamento. A igualdade é no sentido de as mulheres alcançarem o patamar de liberdade, de direitos, de opções, de escolha que os homens têm e sempre tiveram ao longo da história”.
Os indicadores dos ODS servirão para dar comparabilidade internacional a essas questões, mas existem relatórios que já permitem alguma comparação, como os produzidos pelo Fórum Econômico Mundial e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Eles mostram que os desafios enfrentados para atingir a igualdade de gênero se repetem pelos países, ainda que em níveis diferentes.
“Os problemas de gênero não são específicos do Brasil. Não há um país que possa se gabar de ter alcançado a plena igualdade”, ressalta a gerente de Programas e representante interina da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino.
Para esses problemas comuns aos países, Barbara aponta algumas medidas que trazem benefícios para todos, como a equiparação de licenças parentais no trabalho: “na hora de oferecer um cargo de chefia a uma mulher ou a um homem, não se vai pensar que a mulher pode engravidar e ficar tanto tempo fora, pois pode ser que o homem também [se torne pai e] precise desse mesmo tempo”.
Entre a população mais pobre, Barbara diz que há um perfil predominante de mulheres sem cônjuge e com filho, em que a figura do pai não costuma ser presente. Para esses casos, ela lembra a importância de investimentos em escolas em tempo integral, que permitem às mulheres nessas condições trabalharem o dia inteiro. “A pessoa só tem uma possibilidade de rendimento. Se a mulher tiver que ficar em casa cuidando do filho, ela vai acabar dependendo, por exemplo, do Estado, para receber algum tipo de benefício assistencial”.
“[A igualdade de gênero] é boa para todos, porque todo mundo cresce. Por que você vai querer que o outro não tenha a mesma capacidade de escolha e de oportunidades que você?”, encerra Barbara.
Fonte: IBGE
UGT - União Geral dos Trabalhadores