14/03/2019
A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional entregou na manhã de quarta-feira (13), ao governo do estado do Rio de Janeiro, 18 caixas contendo 800 mil assinaturas cobrando uma solução completa do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, cuja execução completa um ano nesta quinta-feira (14). Ainda hoje a entidade tem uma reunião com o governador Wilson Witzel, com a participação da mãe de Marielle, Marinete da Silva.
Antes da entrega das assinaturas, colhidas em todo o mundo, a Anistia Internacional fez um ato em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo. A diretora da entidade no Brasil, Jurema Werneck, explicou que, apesar da prisão, ontem (12), de dois acusados de terem executado o crime, ainda há muitas perguntas a serem respondidas sobre o caso.
Polícia Civil fala à imprensa após prisão de suspeitos no caso Marielle Franco e Anderson Gomes no Palácio Guanabara, zona sul do Rio de Janeiro
Anistia Internacional cobra solução do assassinato da vereadora Marielle Franco além da prisão dos supesitos - Arquivo/Agência Brasil
“Vemos com bons olhos o primeiro passo dado, com a apresentação dos suspeitos de terem matado Marielle. No entanto, nós estamos aqui para dizer que existem muitas outras perguntas sem resposta. É preciso que as investigações continuem e responda quem mandou matar e respondam uma série de informações que se traduzem em situações preocupantes”.
A ativista citou a suspeita de que a arma usada no crime tenha sido extraviada da Polícia Civil e a munição da Polícia Federal, além das notícias de interferência indevida nas investigações e a participação de agentes do Estado.
Comissão independente
A anistia cobra também que uma comissão independente acompanhe a apuração do caso. “Um mecanismo independente, feito de juristas e investigadores criminais sem qualquer vínculo com as polícias ou com o Estado brasileiro, que eles possam vir aqui e atestar para todos nós, para a Anistia Internacional, para a família de Marielle e de Anderson, para a sociedade do Brasil e do mundo, que tudo foi feito corretamente e os verdadeiros culpados sejam levados à Justiça”.
A diretora executiva da Anistia Internacional Estados Unidos, Margaret Huang, disse que se juntou às irmãs brasileiras na cobrança de justiça para Marielle e Anderson, para mostrar a relevância internacional do caso. “Estamos aqui hoje para nos encontrarmos para o governador. Queremos trazer a mensagem de mais de 45 países ao redor do mundo de que o mundo está vendo”.
A mãe de Marielle, Marinete da Silva, comemorou o passo dado na investigação ontem (12), mas cobrou uma resposta sobre os mandantes do crime. “Nós não queremos só isso, queremos que eles fiquem presos e condenados. Além disso, ter uma resposta positiva sobre quem mais está por trás, porque os presos não teriam motivo para cometer o crime da maneira que foi. Então não tem como parar por aqui. O Estado precisa dar uma resposta melhor para a família”.
Fonte: Agência Brasil
UGT - União Geral dos Trabalhadores