11/03/2019
Nós, mulheres, ao longo da história, travamos inúmeras batalhas para que sejamos reconhecidas, tanto na sociedade como nas esferas política e empresarial. Vencemos muitas lutas, mas a batalha continua e é exaustiva, pois precisamos provar sempre e com altos custos emocionais e financeiros, o nosso valor.
Somos melhor preparadas, estudamos mais, somos responsáveis, cuidadosas na tomada de decisões, intuitivas, assertivas e dedicadas. Com todos esses requisitos ainda ocupamos menos de 50% dos empregos formais e temos um rendimento médio 25% inferior ao dos homens. No Brasil, 60,9% dos cargos gerenciais (públicos ou privados) são ocupados por homens e na política passamos pouco mais de 10%, mesmo com a existência da cota mínima de 30%, estabelecida pela Lei 12.034, de 2017.
Na reforma da Previdência, em curso, as mulheres serão as mais prejudicadas dentre os segmentos. Somos atingidas violentamente: no aumento da idade mínima para aposentadoria e no tempo de contribuição; é ignorado que já somos mais mal remuneradas e também são omitidos o trabalho doméstico e o trabalho precário e informal; penalização das professoras da educação básica.
Se a discriminação que sofremos é inadmissível, a violência, nosso maior flagelo, é inominável, afetando mulheres de todas as classes sociais, etnias e regiões brasileiras. É um fenômeno cultural estrutural, de responsabilidade da sociedade como um todo. O Brasil é a quinta nação em feminicídios: a cada 11 minutos uma mulher é vítima de estupro e a cada 7,2 segundos uma mulher sofre violência física. (Fonte: Instituto Maria da Penha).
Não vejo outro caminho ou estratégia para vencermos essa batalha que não seja empoderar mulheres e meninas, proporcionando informações precisas sobre o tema igualdade de gêneros, bem como forçar o debate junto ao setor público para estruturarmos e formularmos as políticas públicas do país, no que diz respeito às mulheres.
Acredito que a grande base para a transformação e equalização desse quadro é a educação. Não podemos admitir que, em pleno século XXI, ainda exista uma enorme taxa de analfabetismo, que no Brasil gira em torno de 11,8 milhões, valor que corresponde a 7,2% da população na faixa etária de 15 anos ou mais entre homens e mulheres. Uma das lutas que precisamos travar é par que não exista nenhuma mulher ou homem analfabeto em nossa sociedade.
O Dia Internacional da Mulher nos faz refletir um pouco mais sobre o que precisamos fazer, para que essa batalha por reconhecimento seja vencida e, assim, possamos ter nosso valor afirmado de forma clara, como direito inegável e irrefutável. Pois é isso que nós mulheres merecemos e devemos conquistar.
Parabéns a todas as mulheres, sempre em luta por um mundo melhor para todos. E um grande abraço coletivo pelo nosso dia!
Regina Pessoti Zagretti
Comerciária, Presidente do Sincomerciários de Ribeirão Preto e Secretária da Mulher da UGT Nacional
UGT - União Geral dos Trabalhadores